Sem assumir ataque, Netanyahu diz que Israel deu “golpe esmagador” em aliados do Irã

Atualizado em 31 de julho de 2024 às 16:29
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel. Foto: reprodução

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta quarta-feira (31) que o país aplicou um “golpe esmagador” contra aliados do Irã. Em seu pronunciamento na TV israelense, ele não mencionou diretamente o assassinato do chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, ocorrido em Teerã.

Netanyahu afirmou que Israel cobrará um preço alto por qualquer agressão: “Cidadãos de Israel, dias desafiadores estão por vir. Desde o ataque em Beirute, há ameaças vindas de todas as direções. Estamos preparados para qualquer cenário e permaneceremos unidos e determinados contra qualquer ameaça. Israel cobrará um alto preço por qualquer agressão contra de qualquer arena”, disse.

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, prometeu vingança pela morte de Haniyeh, embora Israel não tenha assumido a autoria do ataque. Haniyeh, o principal nome do braço político do Hamas, foi morto durante uma visita a Teerã para a posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian. “O Irã defenderá sua integridade territorial” e “Israel se arrependerá pelo assassinato covarde”, declarou Pezeshkian.

Ismail Haniyeh, chefe do Hamas assassinado por Israel. Foto: reprodução

Apesar da falta de confirmação oficial por parte de Israel, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, afirmou que o país “não quer guerra, mas estamos preparados para todas as possibilidades”. Um porta-voz do governo israelense confirmou que estão em alerta máximo para possíveis retaliações.

A Guarda Revolucionária do Irã, braço de elite das Forças Armadas iranianas, declarou que “o Irã e a frente de resistência responderão a esse crime”. O Hamas também prometeu vingança pelo assassinato. O governo iraniano anunciou luto de três dias e a realização de um funeral para Haniyeh, seguido por seu enterro em Doha, no Catar.

A tensão na região aumentou, com os territórios palestinos declarando greve geral. O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, informou que ainda não havia manifestações na Cisjordânia, mas o clima é de apreensão. “Acompanhamos a evolução da situação. Por enquanto, (há) greve geral, sem manifestações de rua. Checkpoints de algumas cidades como Hebron estão fechados”, disse Candeas.

Egito e Turquia acusaram Israel pelo assassinato, com o Egito afirmando que o incidente complica as negociações de cessar-fogo na Faixa de Gaza. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou que o assassinato visa interromper a causa palestina e a resistência em Gaza.

O Hamas e a Guarda Revolucionária confirmaram que Haniyeh e um de seus guarda-costas foram mortos em um ataque à residência de veteranos de guerra no norte de Teerã. “A residência de Ismail Haniyeh, chefe do escritório político da Resistência Islâmica do Hamas, foi atingida em Teerã, e como resultado deste incidente, ele e um de seus guarda-costas foram martirizados”, disse um comunicado da Guarda Revolucionária.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, condenou veementemente o assassinato de Haniyeh, enquanto grupos palestinos convocaram manifestações em massa. Haniyeh, que tinha a prisão pedida pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra, era visto como um moderado dentro do Hamas, negociando acordos de cessar-fogo entre Gaza, Turquia e Catar.

Chegamos ao Blue Sky, clique neste link
Siga nossa nova conta no X, clique neste link
Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link