Uma reportagem de 1989 publicada no jornal “Der Bund”, da Suíça, conta os detalhes do estupro coletivo que teria acontecido envolvendo o ex-jogador e atual treinador de futebol, Alexi Stival, conhecido como Cuca. Segundo a publicação, foi encontrado esperma do treinador na vítima de 13 anos.
Cuca jura que é inocente. Ele afirma não ter participado do estupro coletivo, que teria acontecido em 1987, na Suíça. Recentemente, o caso voltou à tona, após o Corinthians ter contratado o treinador.
A reportagem do “Der Bund” começa afirmando que “o tribunal criminal de Berna condenou, ontem, os três jogadores de futebol brasileiros. Alexi (Cuca), Eduardo e Henrique, do Grêmio Porto Alegre. Eles foram condenados por atentado ao pudor e coação. O tribunal condenou o quarto jogador, Fernando, apenas por coação”.
“Cuca, Eduardo, Henrique e Fernando, segundo relatos das testemunhas e vítima, encontraram a criança de 13 anos e mais dois amigos dela em frente ao hotel, as crianças pediram camiseta do Grêmio e logo os atletas disseram que dariam, não ali, mas no quarto. Quando chegaram ao quarto do segundo andar do hotel, os jogadores demonstraram que não queriam saber de dar a prometida camiseta do Grêmio, começaram a assediar diretamente a criança. Segundo os relatos das testemunhas, davam beijos e acariciavam o corpo dela”, diz outro trecho da reportagem.
Ainda de acordo com o jornal suíço, “nesse momento, os jogadores expulsam os dois rapazes que acompanhavam a menina, um deles ainda vê um dos jogadores a jogando na cama, trancam a porta do quarto e os dois saem desesperadamente atrás de ajuda. Pediram ajuda a funcionários do hotel, foram ignorados, correram para a rua e abordaram uma pessoa, que logo foi até o quarto do segundo andar e bateu à porta, que não foi aberta. Esse fato durou cerca de 30 minutos. A porta do quarto é aberta, a menina sai vestindo calça e camisa do Grêmio, visivelmente desorientada e abalada. Desconexa, ela relata o que houve para os amigos e vai pra casa pedir ajuda aos pais, que a levam à delegacia”.
A reportagem afirma que a menina relatou ao delegado ter sido abusada por Cuca, Henrique e Eduardo, enquanto Fernando ajudou os outros três, arrancando sua calça e abrindo suas pernas para que houvesse a consumação carnal. Na mesma noite, os quatro foram presos.
No primeiro interrogatório, os acusados negaram todas as acusações e disseram que sequer haviam encostado na vítima. No entanto, dias depois, com exceção de Fernando, os jogadores assumiram a relação em um novo depoimento e alegaram haver consentimento: “Ela se divertiu com tudo” e “essa menina não é normal”, afirmaram.
No exame pericial feito pela vítima, foram encontrados esperma de Cuca e Eduardo. Não havendo como comprovar marcas de violência física, a vítima relata que ficou paralisada e em estado de choque durante o ato. Por isso, não conseguiu gritar ou se desvencilhar.
Segundo o que o jornal Der Bund apurou, o que se tem provado sobre o caso é que: “Cuca teve relação com a menina de 13 anos, o esperma dele foi encontrado na perícia, disseram pra menina que dariam camiseta do Grêmio para atraí-la para o quarto, a coagiram e foram condenados por isso”.
Os acusados foram condenados à revelia a 15 meses de prisão por atentado ao pudor com uso de violência. Como o Brasil não extradita seus cidadãos, eles não chegaram a cumprir a pena. Cuca afirma que não foi julgado e culpado:
“Fui julgado à revelia, não estava mais no Grêmio quando houve esse julgamento com os outros rapazes. É uma coisa que eu tenho uma lembrança muito vaga, até porque não houve nada. Não houve estupro como falam, como dizem as coisas. Houve uma condenação por ter uma menor adentrado o quarto. Simplesmente isso. Não houve abuso sexual, (não houve) tentativa de abuso ou coisa assim”, alega o treinador.