POR PEDRO SERRANO, jurista e professor de Direito Constitucional na PUC/SP
Vi a live do DCM em que o pessoal do PCO chama o Walfrido Warde e o IREE (Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa) de agentes da CIA.
Sou professor em diversos cursos do IREE e é um absurdo sem tamanho esse assaque a uma instituição progressista que tem se revelado ímpar na promoção de cursos e debates sofisticados e críticos.
Tenho imenso orgulho de participar da entidade, ainda que com um papel reduzido.
Walfrido Warde é um grande e querido amigo de anos, um grande advogado, o melhor que conheço, além de companheiro de diversas lutas no campo da esquerda nos últimos anos, como na crítica à Lava Jato, em que foi dos pioneiros.
Assacar contra ele que é “agente da CIA” é algo absolutamente irresponsável e fora de propósito.
Dou meu testemunho pessoal do valor humano, profissional e político de Walfrido Warde, as ofensas a ele tomo para mim, garanto com meu nome e credibilidade pessoal a integridade dele.
Se há algum problema na integridade de Warde, há também na minha e posso garantir que não há, na de ambos.
A vileza do ataque revela um despudor que me estarreceu.
Não faz muito tempo, fiz um extenso e claro apelo a Boulos e ao PSOL que se juntassem à candidatura de Haddad ao governo de São Paulo, formando uma frente progressista para derrotar o tucanato.
Mas de forma alguma posso admitir, apesar dessa minha posição, esses ataques pessoais a Boulos. Conheço pessoalmente Boulos, é um homem íntegro, honesto e dos melhores e mais promissores quadros que temos no país, uma esperança para nosso povo.
Na luta contra o autoritarismo líquido da Lava Jato, esteve conosco desde o primeiro momento. Não é com ataques chulos, despropositados e pessoais que construiremos uma alternativa popular para São Paulo e o país.
Ataques pessoais são mais proprios dos bolsonarismo e do fascismo, não de nossa gente.
Por isso manifesto minha irrestrita solidariedade a Warde e Boulos nesse episódio. Franca e lealmente acho que o site não deveria se prestar a dar luz a esse tipo de sandice infantil, irresponsável e divisionista.