“Sexy, inocente e fresca”: a personagem de quadrinhos eróticos que inspirou a criação da Barbie

Atualizado em 21 de julho de 2023 às 14:31
A boneca Barbie. Foto: Pixabay

Estreou nos cinemas brasileiros, nesta quinta (20), o tão aguardado filme da boneca Barbie, estrelado por Margot Robbie como a protagonista e Ryan Gosling interpretando Ken, com a direção de Greta Gerwig.

A Barbie, cujo nome completo é Barbara Millicent Roberts, é um símbolo de empoderamento e tem acompanhado o universo feminino desde seu lançamento pela Mattel em 9 de março de 1959, idealizada por Ruth e Elliot Handler, os co-fundadores da empresa de brinquedos.

“Toda menina precisava de uma boneca para projetar seu futuro. Se ela fosse brincar com uma versão de quem ela seria aos 16 ou 17 anos, seria meio estúpido brincar com uma boneca que fosse uma tábua. Então eu dei lindos seios a ela”, disse Ruth ao The New York Times em 1977.

Porém, poucos sabem que o corpo da boneca foi inspirado em Lilli, uma personagem de quadrinhos para adultos que eram publicados no jornal alemão Bild, nos anos 1950. Isso gerou polêmica em torno da origem da Barbie.

História sobre Lilli/ Crédito: Reprodução

A ideia sobre a Barbie teve início quando Ruth observou sua filha, Barbara, brincando com bonecas de papel, uma prática que remonta ao século XVIII, quando mulheres francesas usavam esses modelos para experimentar roupas.

Em 1956, durante uma viagem à Suíça, Ruth se inspirou em Lilli, uma personagem de quadrinhos adultos conhecida por seu relacionamento com homens ricos, cujas histórias eram publicadas no jornal alemão Bild. Foi dessa fonte que surgiu a ideia para o corpo da icônica boneca Barbie. A polêmica em torno de suas origens ganhou destaque na mídia.

Um detalhe bastante curioso é que Lilli era descrita como “call girl”, que pode significar uma espécie de atendente de telefone, mas essa gíria em inglês e alemão também é usada para se referir a uma “garota de programa” ou “acompanhante de luxo”.

Em entrevista a uma fundação de moda na Suíça, Rolf Hausser, criador de Lilli, descreveu a personagem como “sexy, jovem, inocente e fresca”. Além disso, enfatizou que Lilli era “independente e, o mais importante, ninguém poderia dizer que ela não era virgem”.

Anos depois, Rolf Hausser lembrou que a versão de sua criação fez grande sucesso entre as meninas americanas, e ele ficou indignado ao perceber que essa boneca era a sua Lilli com um nome diferente. Ele questionou: “O que essas pessoas fizeram? Eles roubaram minha boneca? Eu não sabia o que aconteceu.”

Rolf Hausser considerou processar a Mattel. No entanto, seu irmão sugeriu que a empresa deles, a O&M Hausser, vendesse a patente da boneca.

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