Por Fernando Brito
Quem estiver se perguntando o porquê de ser tão grave o silêncio de Jair Bolsonaro diante do seu dever de reconhecer o resultado das eleições, que olhe para os absurdos bloqueios de rodovias provocados por caminhões – e não caminhoneiros, porque a maioria é de empresas de transporte.
Uma palavra do atual presidente, na noite de ontem, bastaria para desmobilizar os pretextos que estão sendo usados para reter milhares de pessoas em ônibus e carros particulares nas rodovias, aliás com uma ação absolutamente tchutchuca da Polícia Rodoviária Federal que, ontem, teve seus agentes lançados como tigrões para deter e retardar ônibus que conduziam eleitores no Nordeste.
O seu silêncio, porém, foi a palavra-de-ordem muda desta arruaça.
É obvio que este Capitólio rodoviário é orquestrado, para causar uma situação de comoção, que dê ao que é obrigação de Bolsonaro – reconhecer sua derrota – ares de sacrifício em nome da ordem.
Porque isso não vai causar nenhum levante, está mais que claro.
É o só a primeira confusão que Bolsonaro arranjará até o final de sua permanência no governo. Serão muitas, ainda.
Texto publicado originalmente em Tijolaço