Passadas mais de 48 horas, e o ainda presidente Jair Bolsonaro (PL) não apareceu para condenar os atos de violência e terrorismo doméstico, após a prisão no último sábado (24) do paraense George Washington Sousa, 54 anos, suspeito de tentar explodir um caminhão de combustível, no aeroporto de Brasília.
O silêncio presidencial é o mesmo de quando da baderna que ocorreu no centro de Brasília, há duas semanas, ocasião em que bolsonaristas incendiaram carros e ônibus e tentaram invadir a sede da Polícia Federal.
O cenário de insegurança na Capital, a seis dias da posse de Lula, mobilizou, nesta segunda (26), o entorno do presidente eleito e da Secretaria de Segurança Pública do DF, para reforçar a segurança do evento que promete reunir ao menos 200 mil pessoas, na Esplanada dos Ministérios.
Autoridades envolvidas na posse presidencial vão se reunir, nos próximos dois dias, para rever os planos para o evento. A tentativa de atentado terrorista aumentou a pressão sobre o Exército, que vem sendo cobrado para desmobilizar as manifestações instaladas em frente a quartéis, em todo o Brasil.
Diante de fatos tão graves, o silêncio de Jair Bolsonaro agrava ainda mais a situação e cria um clima de desordem no país. Isso tem forçado o governo de transição, por meio do ministro da Justiça indicado, Flávio Dino (PSB), de conduzir o diálogo com as forças de segurança do DF a fim garantir que a posse seja realizada com paz e tranquilidade.
Dino cobrou que o atual governo já tome providências para encerrar os acampamentos organizados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em frente a quartéis do Exército.
“Estamos diante de uma espécie de esconderijo de pessoas com más intenções, maus propósitos, e que põe em risco as próprias Forças Armadas”, disse o futuro ministro.