Silêncio de governistas sobre PL do aborto é “constrangedor”, diz Marco Aurélio de Carvalho

Atualizado em 14 de junho de 2024 às 13:44
Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas. Foto: Mathilde Missioneiro/Folhapress

Nesta sexta-feira (14), o advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo jurídico Prerrogativas, manifestou suas críticas sobre a omissão de lideranças do governo Lula (PT) e de parlamentares em relação ao projeto de lei que equipara o aborto ao crime de homicídio.

“Está causando constrangimento o silêncio de algumas lideranças do governo. Nossos parlamentares e lideranças políticas não precisam esperar o comando do presidente Lula. A sociedade está em disputa, esse é um papel que a gente tem que assumir”, afirmou o advogado que alinhamento com as pautas do governo petista.

Em declaração à Folha, Carvalho discordou da declaração do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), que sugeriu que a questão do aborto não deveria ser uma pauta prioritária na gestão de Lula. Para ele, abandonar essa luta seria um erro grave. “Perder no voto é do jogo, mas não podemos abandonar nossos princípios e nossos valores”, disse.

Lula e Marco Aurélio de Carvalho. Foto: reprodução

O advogado também destacou que a batalha contra o projeto antiaborto é uma questão essencial para o país, referindo-se a ela como uma “questão civilizatória”. Marco Aurélio alertou para os perigos de uma possível “bolsonarização” do Congresso, que, segundo ele, poderia significar um retrocesso significativo.

“A bolsonarização do Congresso vai nos levar de novo à Idade Média. Temos retrocessos dos mais variados tipos, na legislação criminal e de costumes”, observou, enfatizando a necessidade de uma mobilização nacional contra o projeto de evangélico.

Além de criticar a postura dos líderes políticos, Carvalho também saiu em defesa da primeira-dama, Rosângela da Silva, que foi alvo de críticas por demorar a se manifestar sobre o tema do aborto. “Janja segue sendo vítima da misoginia, do machismo estrutural. É alvo preferencial do ódio bolsonarista e às vezes até de determinados setores do campo progressista”, finalizou.

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