Prestes a completar 1 ano à frente da Petrobras, o general da reserva Joaquim Silva e Luna foi demitido de sua cadeira a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele permaneceu 343 dias no cargo, e acabou derrubado por motivos muito parecidos com seu antecessor: a política de preços da estatal.
Pouco antes de sua demissão, Silva e Luna reclamou do modo como Bolsonaro agiu no episódio do megarreajuste dos preços dos combustíveis.
“Na hora que arranjam um culpado, a pessoa se exime da culpa. É a maneira mais fácil e mais covarde que tem de proceder”, disse a um interlocutor, sem citar nomes.
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A demissão de Silva e Luna
Já sob a tutela de Silva e Luna, a Petrobras renovou o desafio com o aumento do preço do petróleo no mercado internacional, puxado pela reabertura da economia após o avanço da vacinação contra a Covid.
Em 2022, houve boa entrada de dólares no país, que permanece abaixo dos R$ 5. Mas a disparada do preço do petróleo no mercado internacional por conta da Guerra na Ucrânia fez com que o real não cons3guisse compensar as defasagens de preço dos combustíveis. Neste mês de março, o Brent chegou a um pico de US$ 140.
Nesse contexto, a Petrobras anunciou o último reajuste de preço nas refinarias no dia 10 de março. Bolsonaro já havia voltado à cena.
Dias depois do ajuste da estatal, Bolsonaro voltou a criticar a empresa em conversa com jornalistas após participar de um evento de filiação ao PL.
“Olha só, eu tenho uma política de não interferir. Sabemos das obrigações legais da Petrobras e, para mim, particularmente falando, é um lucro absurdo que a Petrobras tem num momento atípico no mundo. Então, não é uma questão apenas interna nossa”, disse.
O governo federal anunciou na última segunda-feira (28), que substituirá o general da reserva Joaquim Silva e Luna na presidência da Petrobras. Para a vaga, o Ministério de Minas e Energia decidiu indicar Adriano Pires, fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).