Silvio Almeida: “Não se pode confundir o Hamas com a causa palestina”

Atualizado em 8 de novembro de 2023 às 21:45
Silvio Almeida falando, de óculos
Silvio Almeida em entrevista ao programa Bom dia, ministro – Reprodução/TV Brasil

O Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, fez uma declaração enfática nesta quarta-feira (8), enfatizando a distinção entre o grupo Hamas e a busca pela independência da Palestina. Ele enfatizou a condenação do governo brasileiro aos “atos terroristas do Hamas” e expressou repúdio à maneira como o Estado de Israel está abordando a situação na guerra Israel-Palestina.

Silvio Almeida considera as ações em Gaza como um crime de guerra e uma violação do direito internacional humanitário. “A gente não pode confundir o grupo Hamas com o povo palestino, com a causa palestina, uma causa fundamental”, destacou ele.

Durante uma entrevista no programa “Bom dia, ministro”, da TV Brasil, o ministro destacou que impedir o acesso a serviços essenciais como energia elétrica e água, além de bombardear ambulâncias e campos de refugiados, é inaceitável. Ele argumentou que o mundo enfrenta uma situação humanitária crítica.

Desde 7 de outubro, Gaza tem enfrentado um cerco por parte de Israel, resultando na privação de comida, água, energia e combustível. Alguns caminhões de ajuda humanitária estão entrando em Gaza pela fronteira com o Egito, mas organizações não governamentais consideram que a quantidade é insuficiente. Além disso, Israel confirmou um ataque aéreo contra o campo de refugiados de Jabalia, no norte de Gaza.

Silvio Almeida enfatizou a necessidade de estabelecer um Estado Palestino independente e mencionou que o conflito entre israelenses e palestinos tem sido uma questão persistente no Oriente Médio por décadas. Ele expressou que o povo palestino tem direito ao seu Estado e que a opressão e a violência enfrentadas por eles são inaceitáveis.

O ministro também defendeu a necessidade de um cessar-fogo definitivo na guerra: “Precisamos parar com isso. Existem crianças sendo assassinadas neste momento, existem reféns, que devem ser liberados de maneira incondicional. Não pode haver outra posição para o ministro dos Direitos Humanos”.

Silvio Almeida também anunciou uma iniciativa do governo para estabelecer “lugares de memória” da escravidão no Brasil, que incluirá a instalação de 100 placas de reconhecimento em locais históricos ligados ao passado escravocrata do país. Essa iniciativa é realizada em parceria com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e faz parte da campanha de combate à desigualdade racial conhecida como Novembro Negro.

O Ministério dos Direitos Humanos coordenará ações para resgatar a memória dos africanos escravizados no Brasil, destacando a importância do mês de novembro como um período de reflexão sobre a consciência negra.

Silvio Almeida destacou que essa campanha não apenas aborda a luta pela dignidade da população negra no Brasil, mas também oferece uma oportunidade de autoconhecimento e reflexão sobre as questões estruturais do país, que impactam os direitos humanos.

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