Na semana passada, publiquei o relato de nossa leitora Almeri Espindola de Souza, obrigada a retirar da varanda de seu apartamento em Porto Alegre uma faixa contra Bolsonaro.
Ela me mandou um update:
Chove torrencialmente em Porto Alegre desde ontem à noite.
A cidade está escura, as luzes acesas, parece noite.
O que eu quero te dizer é que talvez vocês não tenham a dimensão do poder que vocês têm com uma comunicação como a tua.
A nota no site repercutiu de tal forma que não há uma pessoa que me conheça por este mundão afora que não tenha visto e se manifestado.
Um juiz de direito, após matéria no jornal Zero Hora, se dirigiu a mim por e-mail oferecendo-me seu apoio e dizendo-me da inconstitucionalidade da ação das administradoras do condomínio.
Como saiu na ZH online, dos amigos dos meus filhos que estão no Canadá, na Bélgica, minhas amigas do Chile, do Uruguai, se solidarizaram comigo e fizeram promessas de que virão tomar um vinho para comemorar a minha coragem.
Quero te dizer que este fato mostra a responsabilidade que os meios de comunicação têm sobre o que se passa na sociedade, sobretudo na divulgação desses absurdos.
Quem sabe assim conseguiremos travar um pouco essa fúria bolsonarista que nos atormenta.
A síndica se exonerou em caráter irrevogável.
Como eu disse desde o início, acho que ela não sabia o que fazer. Consultou a administradora e eles a orientaram.
A faixa foi retirada porque eu entendi que ela poderia achar que era provocação minha, o que não é verdade.
Está na varanda de outra pessoa, mas tem fila para dispô-la em outros apartamentos.
Fizemos um página no Instagram, “foraboso itinerante” (minhas amigas jornalistas fizeram), e disponibilizaram a faixa para quem quiser exibí-la.
E ela já está passeando por aí.