Fazia muito tempo que o Brasil não tinha uma fixação tão forte por uma mulher.
Sininho, aos 28 anos, se tornou uma mania nacional.
Antes, as mulheres que fascinavam o país eram de outra natureza. Uma das últimas delas foi, por exemplo, Tiazinha.
Era um caso de caráter erótico e sexual.
Mudou o mundo, e as mulheres que arrebatavam os brasileiros foram escasseando.
As novelas da Globo, que produziam divas, micharam. A revista Playboy, que consagrava as deusas em capas que vendiam 1 milhão de exemplares e geravam correrias frenéticas em bancas, hoje não é nada.
Sininho marca um novo tempo.
Ela é fruto não do show business, mas da política, do ativismo.
O Brasil se politizou – e se polarizou, se dividiu.
Parte da Sininhomania deriva das reações fortes que ela desperta na direita e em parte da esquerda.
Para os conservadores, ela é uma terrorista. Para muitos esquerdistas ligados ao PT, ela é uma radical que fez e faz o jogo da direita ao liderar protestos que podem atrapalhar a reeleição de Dilma.
Para a mãe, num depoimento prestado nesta semana, é apenas uma menina que luta por um país melhor.
Um pedaço da obsessão da mídia com ela deriva do fato de que Sininho é jovem, bonita e atraente – e fotogênica.
Editores procuram todos os dias, loucamente, fotos de mulheres que embelezem jornais, revistas, sites e o que for.
Mas, muito mais que uma mera embalagem, Sininho tem conteúdo. Ela tem a têmpera dos líderes. Pelos relatos dos que a cercam, quando ela fala, os demais param e ouvem. Em geral, acatam e obedecem.
Se ela decidir seguir carreira na política convencional, terá boas chances de se eleger. Mas, hoje, é difícil vê-la na política estabelecida.
Deputada Sininho? Parece que são duas palavras que não combinam. Ela é, ou parece ser, da contracorrente, da rua, e não dos gabinetes.
Mais recentemente, a celebridade de Sininho se alimentou de paixões, de homens alucinados por ela.
Nesta semana, um jovem ativista que atende por Coringa, que é como ele se fantasia nas manifestações, gravou um vídeo em que declarava amor por ela.
Coringa disse que a amava “desde sempre”, ou “desde agosto”, como ele precisou depois no vídeo.
E pediu perdão por ter falado mal dela para a polícia.
Os brasileiros também ficaram sabendo, nestes dias, que um ativista conhecido como Game Over largou a mulher, Anne, para ficar com Sininho.
Ao ver numa foto o marido com Sininho, Anne fez uma série de acusações na polícia contra a rival.
Segundo Anne, Sininho quis colocar fogo na Câmara do Rio. Verdade? Mentira nascida da traição? Vingança, apenas?
Seja o que for, a história aumenta o mistério em torno de Sininho e, com isso, o fascínio por ela.
Fazia muitos anos que os brasileiros não concentravam sua atenção para uma mulher.
No futuro, quem quiser entender os tempos que vivemos, terá que se debruçar sobre o impacto desta mulher de aparência frágil e atitudes intrépidas sobre todos nós.