SMS golpista com ameaças a favor de Bolsonaro vira caso de polícia no PR; campanha de Lula vai à Justiça

Atualizado em 24 de setembro de 2022 às 20:39
Atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

Neste sábado (24), uma representação urgente foi protocolada no MPE (Ministério Público Eleitoral) pela Associação Data Privacy Brasil de Pesquisa, que cobrava uma investigação sobre denúncias de envios em massa de SMS a favor do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Desde ontem (23), varias pessoas receberam SMS em seus celulares dizendo: “Vai dar Bolsonaro no primeiro turno! Senão, vamos a rua protestar! Vamos invadir o Congresso e o STF! Presidente Bolsonaro conta com todos nós!!”.

Segundo Rafael Moro Martins, do The Intercept, as mensagens de SMS recebidas por usuários paranaenses saíram do número 5823,  número de telefone de uma empresa de tecnologia de informação do Governo do Paraná.

“Estão usando desesperadamente a base de dados do governo do Paraná. Mas devem estar usando a base de dados do governo federal também, fazendo a integração” alertou colunista. “Recebemos de usuários de Instagram de outros estados o aviso de que receberam o mesmo conteúdo pelo canal oficial”.

A campanha do candidato à presidência, Luiz Inacio Lula da Silva (PT) também se envolveu no caso e disse ter ido à Justiça para suspender o envio em massa de mensagens dos SMS’s golpistas caso o presidente Jair Bolsonaro não seja reeleito.

O governo paranaense disse que o caso está em investigação. “O Governo do Estado do Paraná repudia qualquer tentativa de uso político ou manifestação antidemocrática e determinou à Celepar apuração célere junto a seus parceiros para responsabilização desse fato lamentável. O fato ocorreu a partir de uma empresa terceirizada e ela já foi notificada pela Celepar”, disse o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), que é aliado de Bolsonaro.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também se pronunciou sobre o ocorrido: “Está óbvio que eles não respeitarão o resultado das urnas”, disse ele.  “É uma semana em que o regime democrático brasileiro vai passar pelo seu maior teste, mas estamos convictos de que a democracia sairá vitoriosa”.

Após a nota do governador Ratinho, também foi divulgada outra pelo governo do estado que dizia:

“As mensagens de cunho político enviadas por SMS foram feitas a partir de uma empresa terceirizada, a Algar Telecom, sem qualquer iniciativa e envolvimento da Celepar e do Governo do Estado. Em nenhum momento a Celepar teve ciência, autorizou ou enviou qualquer tipo de mensagem.

O caso é grave e os responsáveis serão penalizados na forma da lei. Os órgãos policiais e eleitorais já foram acionados em todas as esferas e os boletins de ocorrência realizados para fins de investigação.

A Celepar notificou a empresa terceirizada para que preste os esclarecimentos de acordo com os parâmetros contratuais e repudia qualquer tentativa de uso político, eleitoreiro ou manifestação antidemocrática a partir de suas plataformas de serviços e trabalha ativamente para combater esse tipo de atitude.

A Celepar e o Governo do Estado foram vítimas desse crime”.

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