O bancário Bruno Silva, de Goiânia, foi agredido pelo deputado bolsonarista Éder Mauro (PL-PA) durante a sessão desta quarta-feira (5) da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Um homem que se identificou como assessor do parlamentar participou do ato de covardia. Bruno fez um relato para o DCM:
No último dia 5, fui fazer articulação política na Câmara dos Deputados. Gostaria de me somar aos esforços do deputado Lindbergh Farias contra os juros altos de Campos Neto, presidente do Banco Central. Estava transitando pelo corredor das comissões e me interessei pela de Constituição e Justiça, pois havia lá debate sobre Segurança Pública, tema que me preocupa muito.
Quando entrei, o deputado Paulo Bylynskyj (PL-SP) estava fazendo o discurso manjado de que os policiais são pobres coitados sofredores, pleiteando mais uma vez a liberdade de matar sem discriminação.
Reagi em voz alta: “O EXCLUDENTE DE ILICITUDE (legítima defesa) ESTA HÁ MUITO TEMPO INSTITUCIONALIZADO”.
Os bolsonaristas Bylynskyj, Hélio Negão, Éder Mauro, Marco Feliciano e outros reagiram, explosivamente, contra minha opinião e um agente da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil, ADEPOL, me expulsou da sessão.
Passei então a acompanhar a sessão da Reforma Tributária até seu encerramento.
Ia me retirar do recinto das comissões, mas percebi que a comissão de Constituição e Justiça continuava seus trabalhos, e decidi assistir novamente.
Os bolsonaristas estavam praticando violência psicológica contra as deputadas Luiza Erundina (PSOL-SP) e Érika Kokay (PT-DF). Erundina passou mal (acabou internada numa UTI) e a sessão foi encerrada.
Decidi marcar minha posição politica dizendo em voz alta: “Presonaro na Papuda! Vai ocupar o gabinete da cela 22!
Éder Mauro e seus seguranças vieram para cima de mim. Ele me deu dois socos na cara. Se eu reagisse fisicamente, podia perder a razão. Seu segurança também me bateu.
Não senti dor naquela hora. Mas, hoje, estou com fortes dores no abdômen, na região da costela direita. Acho que ele usou técnica que polícias usam.
Assinei a guia médica agora com muito sofrimento. Eles só sabem atuar por meio de violência. Minha advogada já foi acionada e agora a briga vai ser por via judicial.