A população em situação de rua no Brasil cresceu 38% entre 2019 e 2022, e hoje ao menos 281.472 pessoas vivem nessas circunstâncias ao redor do país. É o que revelam dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Apesar de não ser o único motivo, a falta de renda é a principal causa a levar uma pessoa a viver nas ruas, revela reportagem do g1 publicada neste domingo.
“O fator econômico inclui falta de renda e de oportunidade de trabalho nos locais de moradia. Isso se manifesta também no caso de pessoas que até têm uma habitação longe dos grandes centros, mas passam a semana ou vários dias dormindo de forma improvisada nas ruas e trabalhando como lavador de carro, ambulante e outras coisas”, afirma Marco Natalino, pesquisador do Ipea.
O salto foi de 211% em uma década. Em 2012, eram 90.480 pessoas sem um teto.
Sem dados oficiais sobre pessoas em situação de rua, essa população ficou de fora do Censo Demográfico 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que contempla apenas pessoas domiciliadas.
Segundo Natalino, os mapeamentos são essenciais para a elaboração de políticas públicas voltadas a essas pessoas. O estudo conduzido por ele, estima o tamanho da população em situação de rua com base em dados de prefeituras e do Cadastro Único, do governo federal.
“A partir de 2015, houve crescimento da população em situação de rua motivado pelo fator econômico, com aumento do desemprego, da informalidade, queda da renda e da alta da pobreza”, analisa o pesquisador..
Com a dificuldade de consolidação de dados por parte do poder público, os números reais, no entanto, podem ser ainda maiores.