Sob risco de expulsão do Brasil, embaixador de Israel não vai a ato de Bolsonaro

Atualizado em 21 de fevereiro de 2024 às 12:46
O embaixador Daniel Zonshine ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro e de parlamentares bolsonaristas. Foto: Reprodução

O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, não vai participar do ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista no próximo domingo (25). Ele, que é bolsonarista e corre risco de ser expulso do país, tomou a decisão de não ir ao evento em meio a uma crise diplomática entre os governos brasileiro e israelense.

Integrantes da diplomacia israelense afirmam que ele não recebeu nenhum convite oficial e que, mesmo se fosse chamado, não compareceria ao ato. O ex-presidente também disse desconhecer “completamente” qualquer convite feito a Zonshine.

A Embaixada de Israel no Brasil afirmou, por meio de nota, que Zonshine não participará do ato “nem qualquer outro representante diplomático israelense”. “Respeitamos a liberdade de expressão no Brasil e preferimos ficar fora do debate político interno”, diz o comunicado.

O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine. Foto: Reprodução

A ideia de convidá-lo para o evento surgiu após o advogado e assessor de Bolsonaro Fábio Wajngarten dizer que sugeriu seu nome ao pastor Silas Malafaia, idealizador e financiador do ato. “Certamente será muito bem recebido e acolhido”, afirmou em post no X (ex-Twitter).

Representante do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, ele já gerou conflito no governo ao participar, em novembro do ano passado, de reunião com o ex-presidente e parlamentares bolsonaristas.

Com a nova crise diplomática entre os governos dos dois países, o presidente e seus principais assessores discutiram expulsá-lo do Brasil. A medida é vista como “drástica” e “indesejável”, mas levada em consideração caso o conflito se agrave.

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