Sob Temer e Bolsonaro, AL não recebeu recursos para prevenir a tragédia da Braskem

Atualizado em 1 de janeiro de 2024 às 13:43
Bairros foram desocupados em Maceió por causa do risco de desabamento de mina da Braskem. (Foto: Defesa Civil de Maceió/Divulgação)

Desde 2018, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional não efetuou repasses para Alagoas com o objetivo de prevenir desastres ambientais ou naturais decorrentes do desastre ambiental causado pela Braskem – esse período abrange governos dos ex-presidentes Michel Temer e Jair Bolsonaro (PL).

Os primeiros tremores de terra causados pelas atividades de mineração da Braskem em Maceió surgiram em março de 2018. Atualmente, cerca de 20% do território da capital alagoana está impactado por afundamentos e rachaduras. No mês passado, o governo federal reconheceu o estado de emergência em Maceió, diante do risco de colapso da mina 18.

Bairros acabaram virando “vilas fantasmas” após os moradores terem que sair por conta do risco de desmoronamento decorrente das atividades de mineração da companhia. (Foto: Reprodução)

No entanto, o estado de São Paulo recebeu tratamento diferenciado do ministério. Entre 2016 e 2020, a pasta destinou R$ 120 milhões a cidades paulistas para a prevenção de desastres naturais.

Procurado para comentar a situação, o Ministério do Desenvolvimento Regional informou que está em processo de negociação de um convênio com a prefeitura de Maceió.

Esse convênio visa estabilizar encostas na cidade e pretende um investimento de R$ 52,7 milhões, embora não tenha sido fornecido um prazo para a efetivação. Os documentos referentes a essa informação foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação.

Em dezembro, o Senado instaurou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem para investigar os afundamentos do solo na capital alagoana.

Paralelamente, o Ministério Público Federal solicitou à Justiça o bloqueio de R$ 1 bilhão da mineradora para indenizações aos proprietários de imóveis afetados pelos afundamentos no solo.

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