Sobrinhos brigam por herança de R$ 300 milhões de ex-vice-presidente do Itaú; entenda

Atualizado em 29 de maio de 2024 às 7:10
Renato Roberto Cuoco. Foto: Reprodução

Renato Roberto Cuoco morreu em 2021, aos 77 anos, em São Paulo. Ex-vice presidente de operações da área de tecnologia da informação do banco Itaú, o engenheiro não deixou filhos ou um testamento, mas uma herança considerável: um patrimônio de cerca de 300 milhões de reais em imóveis e investimentos financeiros.

Cuoco foi um dos fundadores da Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. Em 1989, ele auxiliou na digitalização de quadros de mais de 2.000 pintores atuantes no país e era membro da Diretoria Executiva do Itaú Cultural, segundo o site da instituição. A herança do executivo é disputada na Justiça entre três sobrinhos.

Os irmãos Aberto Renato Cuoco e Felipe Renato Cuoco, sobrinhos diretos do executivo, receberam toda a herança após a morte do tio. Eles são filhos do irmão de Renato. Andrea Costa Motta Salino é sobrinha por parte da ex-esposa de Renato, Letizia Cuoco, também já morta, em 2013, e pede na Justiça o reconhecimento de paternidade socioafetiva com o engenheiro, para ser reconhecida como herdeira. O processo começou em 2022 e a última decisão, de 2023, negou o pedido de Andrea.

“Eu não passava o Natal com o meu pai (biológico), passava com ele”, disse Andrea, que reclama parte da fortuna.

Ela conta que, desde criança, passou a dividir o tempo entre a casa dos pais biológicos, na Mooca, Zona Leste, e a dos tios Renato e Letizia, seus padrinhos, em Perdizes, Zona Oeste da capital paulista.

“A Andrea tinha uma relação conturbada com o pai biológico e encontrava segurança na casa dos tios. Viajava com eles praticamente todos os finais de semana”, disse a advogada de Andrea. “Ela comprava presente de Dia dos Pais para o Renato e tem diversas fotos dele dançando como se fosse o avô das filhas dela nas festas de 15 anos das meninas”.

Renato e Letizia passaram a pagar a escola e, posteriormente, a faculdade de direito de Andrea, que trabalhou por um período no Itaú. Hoje, aos 49 anos e mãe de três filhos, ela conta que depois que deu à luz o segundo filho, no início dos anos 2000, parou de trabalhar e começou a ter a vida financeira custeada por Renato.

No processo judicial, a defesa afirma que Renato bancava o convênio médico de Andrea, IPVA de automóveis, duas empregadas domésticas, motorista particular e fazia depósitos mensais para o pagamento do cartão de crédito, em montante que por vezes ultrapassava R$ 100 mil.

Renato morreu em 2021, após enfrentar dois cânceres. Andrea afirma que, durante a pandemia, Alberto e Felipe se aproximaram do tio e passaram a cuidar da saúde do executivo. Na versão dela, após a morte do engenheiro os sobrinhos picotaram documentos que estavam no apartamento de Renato, em Perdizes. A mulher também acusa os primos de se aproveitarem do estado de saúde debilitado do tio para ter acesso às finanças dele.

A defesa dos sobrinhos afirmou para a Justiça que, na picotagem de documentos apontada por Andrea, a dupla não destruiu documentos relevantes, mas apenas se desfez de “papelada acumulada ao longo dos anos” no apartamento de Renato.

Renato Roberto Cuoco. Foto: Reprodução

Do patrimônio de Renato, a sobrinha recebeu um seguro que estava em seu nome, de R$ 3 milhões, segundo o processo judicial.

“O que mais sinto falta é desse cara que podia ligar e conversar com ele sobre tudo. Depois da morte do meu tio, minha vida virou de ponta cabeça. Dispensei funcionários, cortei convênio e o meu marido, que é médico, triplicou o trabalho para pagar as faculdades dos nossos filhos”, afirmou Andrea.

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