A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou manifesto no qual se mostrou não concordar com o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre a vacinação de crianças contra a Covid-19. Queiroga e Bolsonaro afirmaram que é baixo o número de mortes decorrentes do coronavírus no público infantil e, por isso, não são necessárias “decisões emergenciais”.
“Estão morrendo crianças de 5 a 11 anos para justificar algo emergencial? É pai que decide, em primeiro lugar”, declarou Bolsonaro, no dia de ontem (24), quando questionado sobre a aplicação do imunizante nessa faixa etária.
“Os óbitos de crianças estão absolutamente dentro de um patamar que não implica decisões emergenciais. Ou seja, isso favorece que o ministério possa tomar uma decisão baseada na evidência científica de qualidade, na questão da segurança, na questão da eficácia e da efetividade”, disse o ministro da Saúde, no dia anterior a fala de Bolsonaro.
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Sociedade de Pediatria apoia vacinação infantil contra a Covid-19
No comunicado, a SBP contesta a versão do ministro e de Bolsonaro: “O número de hospitalizações e de mortes motivadas pela Covid-19 na população pediátrica, de forma geral, incluindo o grupo de crianças de 5 a 11 anos, não está em patamares aceitáveis. Infelizmente, as taxas de mortalidade e de letalidade em crianças no Brasil estão entre as mais altas do mundo”.
A entidade destaca que mais de 2,5 mil crianças de zero a 19 anos faleceram por Covid-19 no país. Mais de 300 famílias perderam seus filhos que tinham de 5 a 11 anos.
“A Covid-19 em crianças pode ainda ocasionar a chamada Síndrome Inflamatória Multissistêmica, um quadro grave de tratamento hospitalar e que se manifesta semanas após a infecção pelo SARS-CoV-2. Também já foram confirmados mais de 1,4 mil casos desta síndrome em crianças no país, com mediana de idade de 5 anos, com efeito letal em pelo menos 85 crianças e sequelas neurológicas, cardiovasculares e respiratórias em muitas outras”, diz na nota.
“Ignorar este fato, minimizar sua importância e afirmar que elas são aceitáveis não são atitudes esperadas das autoridades. A sociedade espera e merece outro tipo de postura e de compromisso com a saúde das crianças e adolescentes do Brasil”, conclui o comunicado.
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