O influenciador Paulo Generoso, sócio do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em uma empresa nos Estados Unidos, compartilhou sobre um suposto plano de golpe envolvendo o então presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em 30 de dezembro do ano passado, Generoso escreveu em sua conta no Twitter: “Em reunião com o alto comando das Forças Armadas, Bolsonaro pediu apoio para barrar o avanço do Judiciário sobre os outros poderes e pediu para que a posse de Lula fosse adiada por 6 meses até que a equipe de juristas fizesse uma investigação sobre favorecimento a Lula”.
Confirmando o que Generoso escreveu meses atrás, o tenente-coronel Mauro Cid, em depoimento que faz parte de sua delação premiada com a Polícia Federal (PF), afirmou que após a derrota no segundo turno das eleições, o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu uma minuta de decreto das mãos de seu assessor, Filipe Martins, e discutiu com oficiais das Forças Armadas a possibilidade de executar o plano. Essa minuta tinha como objetivo convocar novas eleições e autorizar a prisão de adversários políticos.
Generoso também escreveu que o então comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, não teria recebido bem a proposta de Bolsonaro. Freire Gomes teria argumentado que não valia a pena ter 20 anos de problemas por 20 dias de glória, rejeitando a ideia de apoiar ou moderar a situação, mesmo após alegações de parcialidade em favor de Lula por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Paulo Generoso é um dos criadores do Movimento República de Curitiba, que surgiu em 2016 em apoio à Operação Lava Jato e também apoiou a eleição de Jair Bolsonaro em 2018 e 2022. A página do grupo no Facebook, com 1,2 milhão de seguidores, esteve envolvida em debates controversos, incluindo notícias falsas sobre urnas eletrônicas e a pandemia de Covid-19.
O sócio de Eduardo esteve ativamente envolvido em eventos políticos e protestos, incluindo os atos de janeiro de 2023, em que ele compartilhou informações sobre as atividades de manifestantes em suas redes sociais. Sua conta no Twitter foi suspensa em janeiro de 2023 por decisão judicial.
Além disso, Generoso é mencionado em um plano de golpe de Estado em uma conversa entre Ailton Barros, ex-major do Exército, e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, de acordo com investigações da Polícia Federal. Ailton Barros pressionou para que Freire Gomes tomasse ações relacionadas a esse plano.