Com o lema “Cultivando Solidariedade Sem Terra”, desde o início da pandemia o MST constrói uma agenda nacional de ações contra a fome, formada pelo Movimento em conjunto com diversas organizações e entidades que praticam o enfrentamento contra a fome e a insegurança alimentar.
O que impulsionou inclusive, uma Frente Nacional Contra a Fome e a Sede, com um trabalho de base permanente presente nas comunidades de todo o Brasil, com a consolidação das dezenas de Cozinhas Solidárias, Bancos Populares de Alimentos e Hortas Comunitárias.
Além da formação de mais de 2 mil Agentes Populares de Saúde que estiveram na linha de frente de todas essas articulações em conjunto com as famílias em situação de vulnerabilidade.
E que durante o auge da pandemia doaram não só alimentos, mas também cuidados, conscientizando a população mais pobre com orientações sobre como combater o coronavírus e distribuindo ao longo dessas formações mais de 50 mil máscaras de proteção.
Assim, por meio da organização popular, foi possível chegar ao marco de mais de 7 mil toneladas de alimentos doados, 10 mil cestas básicas e ultrapassando 2 milhões de marmitas solidárias.
A fome é uma violência política
Para além da doação de alimentos em si, o comitê gestor dessa frente tem buscado dialogar com sua base social sobre o desmonte das políticas de subsistência e de produção de alimentos promovidas pelo governo Bolsonaro.
Debatendo também sobre os desafios de superar tais crises enquanto força popular, sabendo que a reversão deste triste cenário de miséria que assola o país, só pode ser superado com políticas públicas em combate a fome e em favor a produção de alimentos saudáveis, principalmente da agricultura familiar, que teve incentivos sucateados pelo atual governo federal.
Sabemos que a fome é um projeto do atual governo e que é também um dos sinais mais agudos da violência política vivida hoje no Brasil, onde mais da metade da população não tem alimentos suficientes para abastecer seus lares. Dessa forma, o MST se solidariza com todas as famílias com a fome e que estão lutando cotidianamente para garantir comida na mesa.
E reafirmamos que as famílias Sem Terra se mantêm produzindo alimentos saudáveis e mobilizando ações solidárias emergenciais, contando com o apoio do conjunto da sociedade por meio do trabalho de base e campanhas permanentes na construção de um projeto popular para o país livre da fome e da miséria.