Sônia Guajajara (PSOL), ministra dos Povos Indígenas, foi uma das integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a ter responsabilidades enxugadas pelo Congresso em votação na comissão mista da Medida Provisória (MP) de reestruturação dos Ministérios. Sônia pode perder o controle das demarcações de terras realizadas por meio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) para o Ministério da Justiça.
Guajajara, no entanto, adotou um discurso de que a diminuição não geraria “perdas danosas”, afinal o controle passaria para o ministro Flávio Dino (PSB), um aliado nessa área. “O Ministério da Justiça, mesmo tendo toda a robustez para fazer esse processo, é muito lento. Tem demora de anos. Ficaria muito melhor no Ministério dos Povos Indígenas. Considerando que estamos num governo onde o ministro é totalmente favorável e tem toda essa compreensão sobre essa importância e o compromisso do presidente Lula, não há perdas danosas nesse sentido, porque o presidente Lula garantiu para a gente que o que garantido vai se cumprir”, argumentou a ministra, em entrevista à GloboNews neste domingo, 28.
Na última sexta-feira (26), Guajajara e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reuniram-se após pedido do presidente no Palácio do Planalto. Foi definido que o governo negociará com o Congresso para restabelecer as competências das ministras. Marina afirmou que o Ministério do Meio Ambiente continuará a encabeçar as ações na área dedicada às questões ambientais.
“Para mim com certeza o que conta é o compromisso do presidente Lula, o que ele falou na reunião que tivemos com os líderes e nossos colegas de governo, de que vamos ter essas políticas no coração do governo como uma política transversal. E isso está acontecendo temos mais de 19 ministérios trabalhando a questão do clima a questão do desmatamento”, disse Marina Silva.