SP: mortes causadas pela PM de Tarcísio sobem 138% em um ano

Atualizado em 29 de abril de 2024 às 22:39

 

PM-SP tem aumento de letalidade sob Tarcísio. Reprodução

O número de mortes causadas por policiais militares em serviço no estado de São Paulo aumentou significativamente no primeiro trimestre deste ano, de acordo com dados oficiais do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). Foram 179 mortes nos primeiros três meses de 2024, em comparação com 75 no mesmo período do ano passado, um aumento de 138%.

Os dados foram revelados nesta segunda-feira (29) pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). Este é o maior número de mortes em operações da PM no estado desde 2020, quando houve 218 vítimas. Em 2022, foram registrados 74 casos.

Uma possível razão para o aumento de mortes, após dois anos de números mais baixos, é a Operação Verão, realizada pela PM na Baixada Santista e encerrada em 1º de abril, com um total de 56 mortes.

A Operação Verão teve início em dezembro e foi intensificada em fevereiro, após a morte do soldado Samuel Wesley Cosmo.

O aumento de mortes no litoral paulista gerou uma série de críticas à atuação da polícia, incluindo uma denúncia ao Conselho de Direitos Humanos da ONU apresentada pela Conectas Direitos Humanos e pela Comissão Arns.

Questionado sobre o assunto, o governador disse que não se preocupa com as denúncias de abusos cometidos durante a Operação Verão. “Sinceramente, temos muita confiança no que está sendo feito. As pessoas podem recorrer à ONU ou a qualquer outra organização, que eu não me importo”, afirmou Tarcísio.

Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de SP, e o bolsonarista Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública. Foto: Divulgação

Ele defendeu que o Estado detém o monopólio legítimo da violência, uma definição clássica da ciência política. “A legitimidade não é conquistada apenas pelo voto, ela precisa ser conquistada pela aceitação geral da sociedade.”

A Operação Verão foi iniciada em 18 de dezembro no litoral paulista, com a presença inicial de 3.108 policiais militares para reforçar a segurança na região.

Em outra frente, o Gaesp (Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial), do Ministério Público de São Paulo, iniciou uma investigação sobre denúncias de que os mortos na operação estão sendo levados como vivos para hospitais.

A Operação Verão é a segunda ação mais letal da história da polícia de São Paulo, atrás apenas do massacre do Carandiru, quando 111 homens foram mortos na invasão da Casa de Detenção, em 2 de outubro de 1992.

Em comunicado anterior, o governo Tarcísio afirmou que desde dezembro, 1.025 infratores foram presos, quase metade (438) deles procurados pela Justiça, além de 47 menores apreendidos. “Ao todo, 56 criminosos entraram em confronto com as forças policiais e morreram”, disse a nota da secretaria.

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