A investigação contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF). A Polícia e a Justiça de São Paulo enviaram a Corte no início da semana o caso envolvendo a parlamentar, em que ela sacou uma pistola e perseguiu um homem negro em uma rua dos Jardins, na capital paulista, na véspera do segundo turno das eleições, no sábado (29).
Na perseguição ao jornalista Luan Araújo, um segurança de Zambelli fez um disparo, que não atingiu ninguém, mas acabou preso pela Polícia. Os autos do inquérito foram enviados pelo delegado Sebastião Mariano Cavallaro ao STF na segunda-feira (31).
Segundo a Veja, a petição foi autuada nesta quinta-feira (3) e distribuída à ministra Cármen Lúcia, que vai analisar os depoimentos da deputada e de seu segurança, de Araújo e dos policiais militares que atenderam à ocorrência.
Zambelli também foi alvo de outras ações no STF por causa do caso em São Paulo. O PT moveu uma notícia-crime por possíveis crimes de tentativa de homicídio, lesão corporal, racismo, perigo para a vida ou saúde de outrem e crime eleitoral. O ministro Gilmar Mendes enviou a ação para a Procuradoria-Geral da República para manifestação.
Em seu depoimento à Polícia, Zambelli disse que vinha sendo ameaçada por meio de ligações e mensagens e estava “muito abalada, em estado de terror”. Segundo a deputada, ela foi xingada e alvo de cusparadas na saída de um restaurante onde teria almoçado e, em meio à confusão, viu “uma pessoa desconhecida o qual trouxe a mão na cintura que se encontrava um volume característico ao porte de arma de fogo”. Ela disse ainda que foi empurrada e caiu, porém, um vídeo mostra que ela se desequilibrou e caiu para em seguida correr atrás do jornalista.
Já Luan Araújo, eleitor de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que saía de uma hamburgueria quando começou uma discussão com apoiadores de Zambelli. Em seguida, segundo ele, a deputada e seu segurança teriam passado a correr atrás dele, momento em que ouviu um barulho de tiro. Depois, a bolsonarista teria o alcançado e, apontando a pistola, mandou que se deitasse no chão. Ele entrou em uma lanchonete, seguido pela parlamentar e apoiadores, onde afirma que “os ânimos foram se acalmando”.