O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Rocha Furtado, irá pedir à Corte a criação de uma força-tarefa com a Polícia Federal (PF) e a Controladora-Geral da União (CGU) para investigar as despesas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pagas em dinheiro vivo.
Uma reportagem do UOL, publicada neste sábado (13), revelou a existência de conversas entre o tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, então ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), e assessores com a orientação para que as despesas da ex-primeira-dama fossem pagas em dinheiro vivo.
As conversas, realizadas por meio de áudios, foram descobertas pela PF na quebra de sigilo das comunicações de Cid, que está preso desde a semana passada por suspeita de fraude nos comprovantes de vacinação contra a Covid-19.
O tenente-coronel se preocupava que a prática pudesse ser considerada um esquema de rachadinha, porque não havia a comprovação da origem dos recursos.
Durante apuração, a PF chegou a indícios da existência de um esquema de desvios de recursos públicos com o objetivo de bancar as despesas de Michelle.
Furtado avaliou que os fatos mostram uma “armação para driblar o controle”. O subprocurador-geral afirmou ainda que, para se concretizar, o pedido de força-tarefa deve passar pelo plenário do TCU.
“Fica evidente que há uma tentativa de fugir à fiscalização. Pagamentos em espécie são usados por parte de quem quer fraudar. Todavia, antes de qualquer sanção, deve ser assegurado o contraditório”, disse.