Subprocurador que atuou na condenação de garimpeiros diz que Bolsonaro agravou crise Yanomami

Atualizado em 4 de fevereiro de 2023 às 13:59
crianças yanomami desnutridas
Crise Yanomami gera desnutrição em indígenas
Foto: Reprodução

O subprocurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contribuiu nos últimos quatro anos para agravar a situação dos indígenas na Terra Yanomami.

Em entrevista ao g1, Mariz Maia disse que a linha de investigação por genocídio conduzida no Supremo Tribunal Federal (STF) contra autoridades da antiga gestão de Bolsonaro é consistente.

O subprocurador foi um dos autores da denúncia que levou a condenação de cinco garimpeiros por genocídio contra o povo Yanomami em 1993. Na época, 16 indígenas da comunidade Haximu foram mortos.

Segundo Mariz, a situação dos yanomamis atualmente é mais grave do que há 30 anos, principalmente porque houve incentivo ao garimpo em terras indígenas por parte do Estado e “deliberado enfraquecimento” dos órgãos responsáveis por proteger e fiscalizar as regiões.

“Uma busca fácil no Google indicará discursos do presidente Bolsonaro claramente enfraquecendo as estruturas de fiscalização e proteção do Estado, dando incentivos e motivos aos garimpeiros para ocupação de terras indígenas”, disse.

“Esse é um fator que aumentou a tensão entre os grupos e demonstrou claramente uma intenção de sobrepor-se aos direitos daquele grupo desfavorecido. Posso afirmar que o discurso do presidente Bolsonaro aumenta os fatores de risco. A probabilidade de o discurso dele ser levado adiante em uma atividade concreta é maior”.

No último dia 28, Jair Bolsonaro respondeu às acusações de que seu governo tem responsabilidade pelo agravamento da crise dos yanomamis. Nas redes sociais, ele afirmou que “nunca um governo dispensou tanta atenção e meios aos indígenas” como na sua gestão.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link