Sumiço de 26 áudios de delator ameaça a Lava Jato; entenda

Atualizado em 17 de julho de 2024 às 22:55
Doleiro Alberto Youssef com expressão séria, sem olhar para a câmera
Doleiro Alberto Youssef – Reprodução

26 dos 90 arquivos de áudio que comprovam um grampo ambiental feito na cela do doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da Operação Lava Jato, foram apagados. O HD com esses registros era buscado pelos advogados de defesa há mais de dez anos e só foi acessado nesta quarta-feira (17).

64 dos arquivos foram preservados, segundo a revista Veja. O juiz substituto da 13ª Vara Federal de Curitiba, Guilherme Roman Borges, permitiu o acesso da defesa ao HD em 4 de julho. Os áudios foram gravados entre 17 e 28 de março de 2014, período em que Youssef foi preso e descobriu a escuta. Os arquivos deletados estavam em uma pasta intitulada “arquivos apagados”.

O HD contém 210 horas de gravações que serão analisadas pela defesa de Youssef. Em novembro de 2015, a Polícia Federal afirmou que as gravações foram ouvidas “em sua forma original, não tendo sido submetidos a tratamento visando melhoria na qualidade do áudio”.

Contudo, o arquivo, que segundo o Ministério Público Federal é uma cópia do original, possui vários trechos inaudíveis. A defesa do doleiro usa a existência dessas gravações como principal argumento para tentar anular sua delação nas instâncias superiores do Judiciário.

Preso em março de 2014, Alberto Youssef firmou um acordo de colaboração premiada em setembro do mesmo ano. A delação dele foi fundamental para o avanço da Lava-Jato, implicando políticos como Renan Calheiros (MDB), Eduardo Cunha (PTB) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O empresário foi condenado em várias instâncias e chegou a ser preso, mas atualmente cumpre as condições do acordo de colaboração em regime domiciliar.

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