A SuperVia, concessionária responsável pelos trens urbanos do Rio de Janeiro, expressou preocupação com o ressurgimento do “surfe ferroviário”, uma prática perigosa em que adolescentes e jovens viajam em cima dos vagões, desviando de fiações elétricas e outros obstáculos. A concessionária notificou o governo do estado sobre essa situação em setembro e solicitou apoio para intensificar a fiscalização, visando garantir a segurança dos passageiros.
O fenômeno começou a ganhar notoriedade na década de 1980, quando acidentes fatais ocorreram nas redes de trens do Rio e de São Paulo, com muitas vítimas sendo eletrocutadas. Neste ano, a SuperVia registrou que oito pessoas foram levadas a delegacias por viajar sobre os trens, com três jovens sendo abordados em setembro.
Os praticantes esperam o trem parar nas estações e escalam os vagões para alcançar o teto, enfrentando o desafio de se equilibrar enquanto o trem se move e evitando a fiação elétrica, especialmente o pantógrafo, que é responsável pela captação da corrente elétrica. A descarga elétrica desse dispositivo pode ser fatal. Outros jovens arriscam-se viajando na lateral dos vagões ou entre os engates, expostos a riscos ainda maiores.
O ramal mais afetado por essas ocorrências é o Japeri, que conecta o centro do Rio a municípios da Baixada Fluminense, com uma média diária de 64.656 passageiros apenas entre as estações de Ricardo de Albuquerque e Paracambi. Para combater essa prática, a SuperVia iniciou uma operação com drones em setembro para monitorar e flagrar os casos de surfe ferroviário.
De acordo com o Código Penal, o artigo 260 prevê penas de reclusão de dois a cinco anos, além de multa, para maiores de 18 anos que perturbarem o serviço ferroviário. Quando crianças ou adolescentes são identificados, a Polícia Militar os leva à Polícia Civil, que aciona a Vara da Infância e Juventude e o Conselho Tutelar.
Uma campanha inicial realizada nas redes sociais em setembro já resultou em uma diminuição das ocorrências, segundo a SuperVia. A empresa divulgou vídeos alertando para os perigos da prática, e alguns adolescentes se reconheceram nas gravações, compartilhando-as em suas redes sociais pessoais. As informações são da Folha de S. Paulo.
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