Suspeito de ameaça de morte contra vereador do PT de Blumenau é alvo de busca e apreensão

Atualizado em 11 de abril de 2023 às 22:41
O vereador do PT em Blumenau, Adriano Pereira, que foi vítima de ameaça. Foto: Lucas Prudêncio/Câmara Municipal

A Polícia Civil de Santa Catarina investiga o caso de uma ameaça de morte feita contra o vereador Adriano Pereira, do PT de Blumenau. Ele é o único parlamentar de esquerda da cidade e não é o primeiro político petista do Estado a receber ameaças. “Bom dia o peixe morre pela boca cuida no que tu fala por aí”, diz a mensagem recebida por Adriano em seu WhatsApp, enviada por um número desconhecido. Junto com o texto, ele recebeu um vídeo de uma pistola e uma foto da sua própria casa.

O suspeito já foi identificado pela polícia, mas não teve sua identidade revelada. Na quarta-feira (05), a Divisão de Investigação Criminal (DIC) foi até a casa do homem e cumpriu um mandado de busca e apreensão, recolhendo seu celular. Ele está intimado a se apresentar na delegacia para prestar esclarecimentos e o inquérito sobre o caso segue em andamento. “Que Deus ilumine o coração das pessoas que buscam fazer o mal para quem faz o bem”, escreveu o vereador Adriano nas redes sociais ao repercutir a notícia da ação da polícia.

Blumenau tem cerca de 360 mil habitantes, fica a 150 quilômetros de Florianópolis e virou notícia recentemente por ter sido palco do ataque covarde contra crianças na creche Cantinho Bom Pastor. O município já foi apontado pela pesquisadora e antropóloga Adriana Dias como sede de duas seções da Ku Klux Klan (KKK). Em 2017, uma operação da Polícia Civil identificou e prendeu pessoas que estavam ligadas ao aparecimento de cartazes nazistas na cidade.

Mensagens recebidas pelo vereador Adriano Pereira (PT). Imagem: Polícia Civil/Divulgação

Adriano Pereira não é o primeiro político catarinense de esquerda a receber ameaças após as eleições de 2022. Nos últimos meses isso vem sendo rotina para Maria Tereza Capra, vereadora do PT que teve seu mandato cassado em São Miguel do Oeste. Ela denunciou e repudiou gestos nazistas feitos por bolsonaristas em uma manifestação no município, em novembro do ano passado, e desde então sua vida particular e sua atividade parlamentar viraram de cabeça para baixo.

As ameaças eram tantas que Capra precisou deixar São Miguel do Oeste e passar 80 dias em outra cidade, longe do seu mandato e do escritório de advocacia que administra. No dia 02 de março, ela recebeu uma mensagem nas redes sociais sugerindo que seu “fim deveria ser igual” ao de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 2018. Maria Tereza Capra era a única vereadora do PT na Câmara e está recorrendo na Justiça contra a cassação, alegando ter sofrido perseguição política.

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