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Por Luis Felipe Miguel
Tabata Amaral, depois de muito pensar, foi para o PSB.
Embora o caminho óbvio fosse o PSDB, com quem tem muito mais identidade ideológica.
É que o entrismo das plataformas de captura empresarial da política, das quais a deputada paulista é até agora o fruto mais reluzente, exige que tenham um pé em partidos que possam chamar de “progressistas”.
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PDT não precisa ficar triste por perder Tabata Amaral
O PDT, por sua vez, não precisa ficar triste. Perde Tabata, mas pode ganhar Datena.
O vice de que Ciro precisa para que não pegue mais nele a injusta acusação de ser – como é mesmo que se diz? Ah: civilizado.
Luiza Trajano como vice de Lula
Enquanto isso, petistas veem, como vice ideal para Lula, a bilionária contrária aos direitos – aquela que celebremente comemorou a baixa popularidade do governo Temer como “grande chance de passar as reformas” trabalhista e previdenciária.
A que se esforça todo dia para demonstrar que não precisa de política social, muito menos de tributação sobre o capital – basta pedir a Deus um punhado de grandes patrões “bonzinhos”, que discursam pela igualdade racial e de gênero.
Luiza Trajano, dizem, seria a versão modernizada de José Alencar.
Talvez seja mesmo. O industrial mineiro encarnava a aposta da velha esquerda brasileira em uma aliança com a “burguesia produtiva nacional”.
Já a bilionária paulista sinaliza o triunfo do novo identitarismo neoliberal, em sua versão mais rasa.