Jorge Barbosa Pontes, delegado aposentado da Polícia Federal, que já coordenou a Interpol no Brasil, é crítico do governo Bolsonaro, ele diz que há interferência do presidente da República na Polícia Federal. Nesta semana, o delegado afirmou suas críticas a Jair Bolsonaro ao associar o presidente as práticas da “rachadinha”, que atinge em especial o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Para Pontes, Bolsonaro talvez seja o mentor da prática em seus gabinetes nesses quase 30 anos de vida pública e teria influenciado seus filhos a aderirem. A declaração do ex-delegado foi feita em um seminário sobre corrupção, promovido pela Frente Ética Contra a Corrupção, na Câmara dos Deputados.
“Não tenho a menor dúvida de que o presidente sempre quis interferir na Polícia Federal, lá com os motivos dele. Com os familiares, com as rachadinhas, que talvez ele mesmo tenha participado. Talvez tenha sido o mentor dessas rachadinhas, nos gabinetes. Talvez ele tenha mesmo levado os próprios filhos a atuar dessa forma. Talvez tenha corrompido os próprios filhos nessas práticas. Então não era (a interferência na PF) para proteger só os filhos, mas para proteger a si próprio. E começou a interferir e tudo o mais”, disse Jorge Pontes no evento.
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Servidores afastados
O ex-delegado também criticou o afastamento de pelo menos 20 delegados recentemente, que a atuação contrariava o Palácio do Planalto, pois se tratava de servidores que investigavam “pessoas poderosas”. Pontes lembrou o caso de Alexandre Saraiva, que foi afastado quando investigava o ex-ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente.
Jorge Pontes é é a favor da Operação Lava Jato, já escreveu um livro sobre a questão da corrupção no Brasil e faz elogios à atuação de Sergio Moro, que é pré-candidato a presidente da República pelo Podemos.