O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), acelerou os repasses de verbas políticas indicadas por sua base na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Apesar do aumento no ritmo dos pagamentos das chamadas indicações parlamentares, aliados estão incomodados, uma vez que o ano está prestes a acabar e os valores liberado não correspondem ao que foi prometido pelo governo.
As indicações consistem em pedidos ou sugestões feitos por qualquer parlamentar ao governador, que são publicados no Diário Oficial. Em geral, trata-se de uma formalidade, já que o Executivo não é obrigado a acatar as recomendações.
À medida que as votações da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que flexibiliza a verba da educação e o projeto de privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) se aproximam, Tarcísio intensificou os repasses, totalizando R$ 73 milhões em outubro, comparados aos R$ 40 milhões pagos desde agosto. Até o final de outubro, os valores somavam R$ 114 milhões, sendo quase R$ 100 milhões destinados à saúde de municípios paulistas.
Entretanto, restavam ainda R$ 545 milhões indicados por 84 deputados com status “em andamento”, ou seja, ainda não haviam sido pagos. O governo prometeu uma cota de R$ 11 milhões em indicações para cada parlamentar da base, e metade desse valor para a oposição. Até outubro, os valores pagos eram inferiores ao prometido, atendendo um pouco mais da metade dos 94 deputados.
À Folha de S.Paulo, parlamentares criticaram a liberação gradual dos recursos. Entre os insatisfeitos na Alesp estão os chamados “bolsonaristas raiz”, boa parte desse grupo estava excluída das indicações até outubro, segundo levantamento feito pelo jornal.
Mesmo que cumpra as promessas, Tarcísio não chegará perto dos R$ 1,27 bilhão repassados pelo governo do PSDB no ano eleitoral. A expectativa entre os deputados é que os repasses aumentem em novembro e dezembro, próximos às votações prioritárias do governo.