O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se reuniu com representantes da Fundação Padre Anchieta, que administra a TV Cultura, no Palácio dos Bandeirantes, no dia 30 de julho, para tentar uma “reaproximação” e dar fim a tensão entre as partes. O encontro também contou com a presença da secretária de Cultura, Marilia Marton, e de José Roberto Maluf, presidente da fundação, e abordou desde questões financeiras até uma possível independência na gestão da TV.
O atrito entre governo e fundação vinha crescendo devido a preocupações dos conselheiros sobre uma possível interferência do estado na programação da emissora. Segundo a ata da reunião, Maluf relatou que o governador enfatizou a necessidade de “eficiência” e deixou claro que, no momento, o orçamento estadual não comporta aumento de verbas para a TV Cultura.
Segundo Fábio Zanini, da Folha de S.Paulo, o governador teria sugerido que a fundação busque fontes alternativas de receita, como parcerias com o setor privado e recursos da Lei Rouanet.
Marilia Marton destacou que o governo “não tem intenção de ditar regras” na fundação. “Não há nenhum movimento pessoal contra nenhuma entidade ou órgão do estado”, afirmou a secretária. Segundo ela, a independência editorial da emissora seria preservada, apesar da pressão financeira e dos cortes.
No encontro, Maluf apresentou uma proposta de longo prazo, idealizada inicialmente pelo ex-governador Mário Covas (PSDB), que sugeria a criação de uma taxa voluntária para sustentar a TV Cultura, inspirada no modelo de financiamento da BBC britânica. Essa taxa, que seria incluída nas contas de água e luz, poderia ser paga voluntariamente pelos contribuintes interessados em apoiar a emissora.
O governador teria expressado interesse na ideia, considerando-a “inovadora” e afirmou que consultaria a Procuradoria do Estado sobre a viabilidade legal da proposta. No entanto, segundo apurou o Painel, o governo de São Paulo não está efetivamente cogitando implementar a taxa.
A situação financeira da TV Cultura foi descrita com preocupação na reunião do conselho. A emissora sofreu um contingenciamento de quase R$ 13 milhões, embora o governo tenha recentemente liberado esses recursos. Esse aperto orçamentário levou o conselho da fundação a discutir um plano de comunicação para preparar o público para a possível descontinuação de alguns programas, caso as restrições financeiras persistam.
Em meio a discussões sobre as fontes de financiamento, Marilia Marton ponderou sobre o papel da publicidade na TV Cultura. A secretária destacou a necessidade de equilíbrio: “A TV Cultura precisa ter maturidade para não chegar ao extremo de ter comerciais como a TV comum e também não achar que esse recurso não é importante em um momento em que a gente fala sobre eficiência”.
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