Após as acusações de assédio sexual contra o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, a presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), ministra Ana Arraes, vai determinar nesta quarta-feira (29) a abertura um processo de fiscalização da Instituição para verificar a política a respeito da prevenção e combate ao assédio sexual.
A ação do TCU deve examinar canais de denúncia, políticas de preservação do sigilo do denunciante, se há medidas de proteção e apoio a quem faz uma denúncia e as regras de acompanhamento desses temas. Ainda em 2020, foi iniciado uma auditoria operacional para elaborar uma radiografia do tema na administração pública federal.
Na última sexta-feira (24), foram divulgadas a menos cinco acusações contra Guimarães. O casos estão sendo investigados pelo Ministério Público. De acordo com relatos das funcionárias, há casos de toques íntimos e situações de desconforto provocadas por ele.
“As pessoas aceitam o abuso com medo da retaliação, do poder dele, isso é, perder a função. Ele te tira de uma posição de destaque, que você estudou e tem qualificação para estar lá, para te colocar numa função muito abaixo. Isso da noite para o dia, sem nenhum aviso”, contou uma das vítimas.
“Eu sabia da fama dele já, então eu me reservei o máximo possível. E aí ele: ‘não, mas abraça direito. Abraça direito, porque é… você não gosta de mim’. Aí na hora que ele, na terceira vez que ele fez eu abraçar ele, ele passou a mão na minha bunda”, relatou outra funcionária, uma vez que Guimarães pediu um abraço mas tentou assedia-la.
Após o ocorrido, também nesta quarta-feira (29), o presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu escolher uma mulher para substituir Guimarães, a secretária Daniella Marques, braço direito do ministro Paulo Guedes (Economia).