Se Michelzinho pode ter uma babá paga com dinheiro público, por que não o pai dele?
Viralizou nesta semana a série de fotos de Eliane Cantanhêde confraternizando com Michel Temer numa “entrevista”.
A legenda do DCM virou meme (no alto).
A imagem da jornalista do Estadão e da GloboNews com seu entrevistado é um escárnio, um epitáfio jornalístico. A glória da sabujice.
Vêem-se o compadre e a comadre numa boa, num momento de descontração, deixando claro que o que aflorou daquela conversa mole é uma farsa combinada.
Ou seja, está nos padrões do novo normal da mídia nacional. A coisa se chama “O Legado de Temer” (não contém ironia).
O Estadão foi honesto ao publicar as cenas. Deu uma espécie de alerta ao leitor: “ei, otário, dá uma lida nisso, mas fique ciente de que é uma presepada. A gente avisou”.
O site da presidência não deixou por menos e também postou as fotografias da operação casada — assim como o havia feito antes com os flagrantes da festa de 50 anos de carreira de Ricardo Noblat, abrilhantada pela presença do chapa Michel.
É o que um amigo chama de jornalismo de coalizão. Em retribuição pela gentileza, vem um caminhão de dinheiro em forma, por exemplo, de anúncios do governo federal.
A babá de Michelzinho, lotada num cargo de confiança no Planalto, ganha em torno de 5 mil reais por mês, pagos por você.
Cantanhêde fatura algumas vezes esse valor, mas ela merece: seu bebê dá muito mais trabalho para limpar as cacas.