Temer deixa a vida pública e vai ao bar encontrar velhos amigos. Por Ricardo Kotscho

Atualizado em 16 de fevereiro de 2020 às 7:49
O presidente Michel Temer durante evento no Palácio do Planalto neste 26 de junho de 2017 (Foto: Evaristo Sá/AFP)

Publicado originalmente no Balaio do Kotscho

POR RICARDO KOTSCHO

Sem paletó e gravata, de camisa polo azul, o ex-presidente Michel Temer entrou no bar sozinho em busca de uma cadeira vazia, que já lhe estava reservada.

Em seu primeiro sábado de cidadão comum, após se despedir da vida pública em entrevista ao UOL, Temer reencontrou velhos amigos na Tabacaria Ranieri, uma antiga confraria de charuteiros, no bairro dos Jardins, em São Paulo.

Lá estavam, entre muitos outros, três ex-ministros do STF _ Eros Grau, Nelson Jobim e Cezar Peluso _, além do embaixador Rubens Barbosa e do ex-deputado federal Heráclito Fortes, do PFL do Piauí, seu parceiro em disputas na Câmara Federal.

Sempre muito sóbrio na vida pública, Temer deu boas risadas ao acompanhar as conversas que giravam em torno de velhos carnavais, sem muito espaço para a política.

Quando um dos amigos lhe mostrou o celular com a notícia do UOL sobre a sua decisão, Temer só deu aquele seu sorriso enigmático:

“É verdade, quem já foi presidente da República não pode ser candidato a mais nada”.

O ex-presidente repetiu o que disse aos repórteres Felipe Pereira e Marco Brito do UOL na entrevista que estava repercutindo nas redes sociais:

“Eu já fui tudo na vida. Agora quero levar uma vida a mais discreta possível.

Depois de 37 anos na vida pública, Temer agora prefere mais ouvir do que falar e se dedicar apenas à advocacia e ao magistério.

Nomeado procurador-geral e depois secretário da Segurança Pública pelo governador Franco Montoro, ele foi deputado constituinte e por três vezes presidiu a da Câmara dos Deputados.

Vice de Dilma Rousseff, assumiu a Presidência da República em 2016, após o impeachment. Por 15 anos presidiu o PMDB, que na época era o maior partido do país, mas agora não quer mais ser candidato a nada.

Era a primeira vez que participava do “Todinho”, como o advogado Arnaldo Malheiros, já falecido, batizou o encontro dos sábados, uma referência à cerveja escura Guiness.

Temer gostou da ideia e também pediu uma, após sugestão do taberneiro Beto Ranieri, um anfitrião suprapartidário.

Neste sábado pré-carnavalesco, foram servidos sanduíches com o famoso pernil do bar Estadão, além da cachaça mineira Boazinha.

Perto das duas da tarde, o ex-presidente se despediu, e seguiu para a sua nova vida de cidadão comum.

Bom Carnaval!

Vida que segue.