Publicado no Tijolaço.
POR FERNANDO BRITO
Ele, modesto, recatado e do palácio, não ia fazer retrato oficial para as repartições.
Depois, recuou e fez.
Mas alguém, ávido por puxar o saco do chefe e de algum colunista, distribuiu a foto com recortes e marcas escandalosas de Photoshop no céu de anil que lhe providenciaram, o único que conseguiu até agora.
E Michel Temer, o piada de mau gosto pronta, saiu num “acidente pavoroso” que virou chacota na internet.
O retrato era até realista, porém.
Ressaltava-lhe o papo, e papo foi o que o levou ao poder pela conspiração.
Fazia-lhe um halo artificial, emprestando a carinha de santo do pau oco.
E a caratonha estava imensa em relação à sua estatura minúscula.
Agora, noticia O Globo, recuou-se daquela versão e já há um novo Temer, devidamente retocado. O que, deveras, não adianta muito.
O jornal recorda que, em setembro, o usurpador dizia que, alem de parecer um morto nas fotografias, o retrato oficial não o agradava por ser “um culto à personalidade que não é compatível com a democracia”
Não é o seu retrato que é incompatível com a democracia, Sr. Temer.
É o senhor.