“Temos que parar de consumir petróleo por termos fontes alternativas”, diz Haddad ao DCM

Atualizado em 1 de dezembro de 2023 às 17:32

O ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou de modo incisivo na COP28, em Dubai, que é preciso parar de explorar petróleo, quando perguntado pelo DCM sobre o projeto de prospectar petróleo na foz do Rio Amazonas.

“Nós temos que parar de consumir petróleo, por termos fontes alternativas”, disse, questionado se o Brasil precisa explorar petróleo em águas próximas da região amazônica.

“Nós temos vento, nós temos biocombustível, nós temos sol, nós estamos transformando tudo isso em energia limpa. Aí é o IBAMA. A Ministra Marina (Silva) é a pessoa que está respondendo por isso da maneira mais responsável possível”, apontou, ao lado da responsável pela pasta.

Não só pelo peso de estar ao lado de Marina, cuja linha dentro do governo se opõe à ala favorável à prospecção de petróleo, Haddad foi ousado ao afirmar tal posição.

No cômputo geral, a delegação brasileira vê com bons olhos a participação do Brasil no evento.

“O Brasil emerge, é um protagonismo na diplomacia ambiental a partir da responsabilidade de resgatar a agenda ambiental e entregar as suas NDCs (contribuições nacionalmente determinadas para a redução de gases do efeito estuda)”, disse Helder Barbalho ao DCM.

“Neste momento, estamos a convocar o planeta no sentido do financiamento climático”, reivindica o governador do Pará, cuja capital vai sediar a COP30, em 2025.

“O Brasil demonstra a redução do desmatamento, mas também procura o financiamento para que possamos construir uma transição de uso do solo e particularmente fortalecer a floresta como um ativo ambiental, com um olhar para as famílias, para as pessoas, para a população que vive na Amazônia”, afirma. “Esse é o ambiente certo para construir o legado”.

O governador foi perguntado sobre o novo lugar do país sem Bolsonaro. “O Brasil vira a página do negacionismo ambiental e se reposiciona dentro de uma articulação liderada pelo presidente da República, que permite reposicionar e colocar o Brasil na sua dimensão e fazer um chamamento às ambições do nosso pais e global diante das urgências climáticas”.

“Nós teremos a oportunidade quando da COP em Belém de estabelecer novas metas no Paris+10 que possam convergir com a necessidade do mundo de reduzir emissões e construir a transição ecológica”, prevê.



O senador Jaques Wagner acompanhou parte dos discursos do presidente Lula na sessão com chefes de Estado da convenção da ONU.

“Meu balanço é extremamente positivo não só na participação, mas na mudança do protagonismo brasileiro nessa agenda ambiental”, avalia.

“O Brasil estava totalmente fora desse protagonismo, até avesso a esse protagonismo na presidência anterior, por quatro anos”, diz em alusão ao governo Bolsonaro.

“Já lideramos Copenhague, fizemos a Rio+20. Tudo que a gente já fez, pelo nosso potencial, por tudo que o Brasil representa em termos de biodiversidade, nós tínhamos saído do mapa”, aponta o petista.

“Hoje o presidente faz questão de colocar (o clima) no centro de sua política, trazendo o ministro da Fazenda para ser uma espécie de coordenador da ministra Marina da transição mundial, da energética”.

“Hoje ele externou isso”.

“É buscar um equilíbrio, fazer uma transição com o tecido social, inclusive com justiça entre os países”.

“Em seu discurso ele fez questão de citar que países que ainda têm uma pobreza muito maior não conseguem sustentar a sustentabilidade, têm tido problemas como vários eventos de ordem ecológica”, enfatiza.

“Daí a ideia de que os países desenvolvidos, que dependem também porque a solidariedade ambiental se impõe. Uma preservação ambiental feita em qualquer parte do planeta beneficia o planeta inteiro”.

O congressista relata que o Brasil está sendo recebido “com muita alegria”. Ele falou em “alivio” entre as pessoas e destacou o protagonismo do presidente Lula.