O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgará se Jair Bolsonaro (PL) perderá ou não sua elegibilidade na próxima quinta-feira (22). Para membros de outros fóruns, como o Superior Tribunal Federal (STF), a tendência é que o ex-presidente fique proibido de participar das próximas eleições.
No entanto, esses especialistas calculam os “pesares” da decisão, que podem impactar o cenário político nos anos seguintes. Isso porque existe uma corrente que acredita que Tarcísio de Freitas (Republicanos) seria um herdeiro do legado do bolsonarismo, e com a cassação dos direitos de elegibilidade de Bolsonaro, logo em 2023, existiria tempo suficiente para o governador de São Paulo alavancar sua imagem para as eleições de 2026.
Embora negue a intenção de se candidatar à presidência, Tarcísio, que foi ministro da Infraestrutura do governo anterior, é visto como um “sucessor natural” do ex-presidente, além de ser o político de extrema-direita com o cargo de maior destaque no Brasil atualmente.
O julgamento da próxima quinta-feira avaliará a conduta de Jair Bolsonaro ao usar as dependências do Planalto para disseminar fake news e antecipar a campanha política ao convidar embaixadores de diversos países para atacar as eleições brasileiras e as urnas eletrônicas.
Para ministros, as chances de Bolsonaro escapar dessa são mínimas, pois a ação foi considerada grave inclusive fora do Brasil. Se a sentença for negativa para o ex-presidente, poderá marcar a primeira derrota do bolsonarismo, ainda que isso não signifique que o ex-presidente seja preso futuramente em investigações paralelas.
Mas, se dentro do STF e de outros tribunais o fortalecimento de Tarcísio é visto como algo negativo, dentro do TSE é tido como ponto positivo. Para alguns magistrados, como o presidente do Tribunal Eleitoral, Alexandre de Moraes, o governador de São Paulo pode simbolizar uma “evolução” no cenário político, uma vez que o carioca não ameaça as instituições.
Mesmo Moraes sendo um dos principais algozes do Bolsonarismo, há uma boa relação com Tarcísio de Freitas, que também é bem-visto por outros ministros de tribunais. A avaliação positiva do governador acontece pelo grande mérito dele ter se afastado das ofensivas ao STF e TSE nos últimos anos, ou seja, bastou não ofender ministro ou praticar crimes contra as instituições democráticas.
Tarcísio de Freitas e Alexandre de Moraes já foram vistos em algumas situações conversando e até rindo, algo impensável de acontecer com o ex-presidente. Em dezembro de 2022, em uma cerimônia do Superior Tribunal de Justiça (STJ), além de mostrar a boa relações com os ministros, o ex-ministro da Infraestrutura elogiou Luis Barroso, que já foi xingado por Bolsonaro, e disse que agiria diferente em seu governo: “Não vou fazer o que erramos no governo federal de tensionar com Poderes”.
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