O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está avaliando a possibilidade de expulsar o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, como parte da resposta à crise diplomática entre os dois países.
Essa medida, considerada “drástica” e “indesejável” pelo Itamaraty, foi discutida em uma reunião entre o presidente Lula e o assessor especial Celso Amorim no Palácio da Alvorada na segunda-feira (19).
Apesar da resistência do Itamaraty à ideia, a expulsão do embaixador é considerada uma opção a ser considerada caso a crise com Israel se agrave.
O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, destacou a rejeição do Brasil às ações de Israel, como a declaração de Lula como persona non grata e o constrangimento ao embaixador brasileiro, Frederico Meyer.
Em resposta às acusações de Israel, o ministro Pimenta defendeu Lula, reafirmando a posição brasileira a favor da solução de dois Estados. O chanceler Mauro Vieira também condenou as declarações de Israel, considerando-as inaceitáveis na forma e mentirosas no conteúdo.
A declaração de Lula
A crise entre Brasil e Israel teve início quando o presidente Lula comparou a atuação israelense em Gaza ao Holocausto durante uma entrevista coletiva.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula.
Lula comparou o genocídio palestino com o genocídio judeu por parte de Hitler.
E o Lula tá errado???pic.twitter.com/8BRug2CU9s
— Luan Gomes (@luanufal) February 18, 2024
Em resposta, Israel declarou Lula como persona non grata no país e constrangeu o embaixador brasileiro, Frederico Meyer, gerando uma escalada de tensões entre as duas nações. Apesar da atmosfera tensa, membros do governo brasileiro afirmam que Lula não deve emitir um pedido de desculpas.
Possibilidade de expulsão e crise
A situação é complexa, uma vez que a expulsão de um embaixador, especialmente de um país importante como Israel, seria uma medida sem precedentes nas relações bilaterais, podendo prejudicar as relações comerciais entre as nações
Além disso, há a questão de um refém brasileiro ainda retido na Faixa de Gaza, que poderia ser usado por Israel como um instrumento de pressão adicional durante a crise com o Hamas.
Segundo fontes do Itamaraty, os próximos passos na gestão da crise dependerão das ações de Israel, sendo uma decisão que deve ser tomada com cautela, considerando os impactos nas relações entre os países.
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