O diretor-geral da Polícia Federal (PF), delegado Andrei Rodrigues, afirmou que pretende propor ao ministro da Justiça, Flávio Dino, a criação de uma lei que proíba a filiação partidária de policiais federais.
Em entrevista ao jornal O GLOBO, Andrei disse que a “instituição foi usada várias vezes”. “Vamos propor neste próximo semestre que policial federal seja proibido de ter filiação partidária. Se quiser se candidatar, terá que ser exonerado e cumprir uma quarentena de pelo menos dois anos. Quem quiser fazer política partidária está no lugar errado”, declarou o delegado.
“Isso cria um desequilíbrio do sistema democrático, permitindo que o candidato se projete e use a instituição para proveito próprio”, acrescentou.
Sobre eventuais interferências na PF, o delegado afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Justiça não interferem em sua atuação. “Por parte dos meus chefes, que são o presidente Lula e o ministro Flávio Dino, não há interferência. Não poderia falar sobre a gestão passada, porque não sei o que aconteceu”, disse.
“Tive autonomia para escolher os diretores e os superintendentes. Tenho passado a mensagem clara de que agora vivemos um momento de estabilidade, com autonomia para trabalhar”, afirmou.
Andrei ainda falou sobre a segurança do Palácio do Planalto durante os atos golpistas de 8 de janeiro, ressaltando que medidas foram tomadas com antecedência junto com Dino.
“Eu e o ministro Flávio Dino adotamos todas as medidas que estavam ao nosso alcance. Estive no dia 7 de janeiro na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal e disse abertamente que as pessoas que estavam no acampamento eram criminosas e não podiam sair de lá”, garantiu.
O diretor-geral da PF atribuiu reponsabilidade de “conter esse grupo de criminosos” à Polícia Militar. “Os criminosos saíram do acampamento escoltados pela PM. E aquelas barreiras de plástico, dois PMs com sprayzinho de pimenta… ou seja, aquilo ali para mim mostrou que deliberadamente havia o interesse que o caos fosse instaurado e acontecesse o que aconteceu”, declarou.