O prazo dado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) explique sua estadia na embaixada da Hungria, em Brasília, termina nesta quarta-feira (27).
Bolsonaro tem até o fim do dia para apresentar suas explicações, conforme determinado pela decisão do STF. Até o momento, a defesa do ex-mandatário não se pronunciou sobre o assunto.
A permanência de Bolsonaro na embaixada por duas noites está sendo investigada pela Polícia Federal (PF). A iniciativa veio após seu passaporte ter sido apreendido durante a Operação Veritas, que investigava uma suposta tentativa de golpe de Estado. Ele chegou à embaixada em 12 de fevereiro e partiu em 14 de fevereiro.
As câmeras de segurança da embaixada capturaram o momento em que Bolsonaro entrou no local, cerca de uma hora após convocar apoiadores para uma manifestação na Avenida Paulista, em 25 de fevereiro. Essas imagens foram divulgadas pelo jornal americano “The New York Times”.
Possível estratégia
Devido às convenções internacionais, Bolsonaro não poderia ser preso dentro da embaixada, uma vez que esses locais são considerados território estrangeiro e estão fora da jurisdição das autoridades brasileiras. Horas após a revelação de sua estadia na embaixada, Bolsonaro justificou sua presença, afirmando que é comum para ele visitar embaixadas pelo país. Advogados também argumentaram que sua permanência teve o propósito de “manter contato com autoridades do país amigo”.
Relacionamento próximo com embaixador
O relacionamento próximo entre Bolsonaro e o premier húngaro, Viktor Orbán, é destacado há anos. Durante uma visita à Hungria em 2022, Bolsonaro chegou a chamar Orbán de “irmão”. Nesse mesmo ano, o ministro das Relações Exteriores húngaro supostamente questionou um funcionário do governo brasileiro sobre possíveis apoios para a reeleição do então presidente. Esse vínculo pode influenciar nas interpretações sobre a estadia de Bolsonaro na embaixada húngara.
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