Publicado no Tijolaço.
Marcelo Auler publica, em seu blog, documentos em que dois delegados da Polícia Federal dizem que o jornal O Estado de S. Paulo recebeu para publicar a reportagem sobre os alguns de seus colegas são mostrados em desabrida campanha pró-Aécio Neves nas eleições de 2014.
Em palavras mais clara: acusa o jornal de ter sido subornado para divulgar o comportamento partidarizado dos delegados, o que, não é preciso explicar, seria gravíssimo, se não fosse absolutamente improvável.
Os delegados da Lava Jato Igor Romário de Paula e Marcio Adriano Anselmo dizem – e assinam embaixo – que o advogados Augusto Botelho, da Odebrecht, Marden Maués, de Nelma Penasso e outro delegado federal, Paulo Roberto Herrera teriam pago, através do primeiro, ao Estado de S. Paulo pela publicação da reportagem de Julia Duailibi em que se mostra a troca de mensagens hostil a Lula e a Dilma Rousseff e que o mentor do suborno seria o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos, já falecido.
A história completa está no blog do Auler, mas reproduzo, pela gravidade de acusação, um dos documentos exibidos por ele, o assinado pelo delegado Igor Romário de Paula.
É inacreditável que o Estadão saiba desta acusação e muito menos que a aceite, silencioso.
O jornal, que é destino privilegiado de tantos vazamentos da Polícia Federal está sendo acusado de ser subornável e não pode aceitar isso silente, sob pena de desmoralizar seus profissionais e desmoralizar-se perante seus leitores, que podem supor, então, que o jornal aceita pagamento pela publicação de matéria jornalística.
Se, agora que as acusações são conhecidas e documentadas, continuar mudo, estará aceitando o que dizem.