Se Damares Alves realmente trabalhasse contra a pedofilia, ao invés de espalhar fake news psicóticas sobre a Ilha de Marajó, poderia começar as investigações por seu círculo mais íntimo. A coisa vai muito além de pintar um clima.
Em julho de 2020, um tio materno de Michelle Bolsonaro, Gilmar Firmo Ferreira, foragido da Justiça pelo crime de estupro, foi preso. Tinha 44 anos.
Ele havia sido encontrado no conjunto G da QNM 40, em Ceilândia, bairro pobre do Distrito Federal onde morava a família da primeira-dama.
Irmão mais novo de Maria das Graças, mãe de Michelle, Gilmar havia sido condenado em 2018 a 14 anos, 4 meses e 24 dias, em regime fechado. O caso foi revelado pelo Metrópoles.
De acordo com a denúncia registrada na delegacia, a vítima começou a sofrer abusos no ano 2000.
Ela era uma criança na época e Gilmar era casado com sua tia.
Em um relato sórdido, a garota contou que o tio de Michelle pegou a mão dela e a colocou em suas partes íntimas. Lembrou que foi à casa da tia para tomar banho e surpreendeu-se ao ver que estava sendo observada.
“Você está ficando mais gostosa que a sua tia, ainda vou ficar com você”, disse o sujeito, segundo a vítima.
Um ano antes, um outro tio de Michelle, o primeiro-sargento João Batista Firmo Ferreira, fora preso com outros seis PMs na Operação Horus, que mirava um grupo envolvido em grilagem de terras — lotear ou registrar terra pública sem autorização do órgão competente.
Segundo os investigadores, os acusados foram responsáveis pelo surgimento de dezenas de loteamentos ilegais. A denúncia do MPDFT afirmava que João Batista, assim como outros investigados, “negocia lotes de ‘beco’ [áreas destinadas originalmente para passagens de pedestres] e outros terrenos de áreas públicas ‘griladas’”.
Os diálogos obtidos pela polícia mostraram que organização criminosa se valia de violência extrema para expulsar as pessoas.