Tite tem uma única resposta inteligente caso seja convidado para a seleção: não. Por Scott Moore

Atualizado em 14 de junho de 2016 às 20:39
Se for esperto, recusa
Se for esperto, recusa

Ladies & Gentlemen:

Há uma única resposta possível para Tite caso ele seja mesmo convidado para a seleção brasileira: não.

Não com os dirigentes da CBF, não com a influência da Globo, não com os comentaristas esportivos brasileiros: é um jogo perdido.

Tite tem uma história exemplar: a de outro técnico do Corinthians alçado à seleção, Brother Menezes. Foi um fiasco. Sua carreira acabou ali.

Para dar certo, Tite teria que exigir da CBF o que ela não pode lhe dar: Pelé, Garrincha, Rivellino, Gérson, Jairzinho, Didi, Tostão, Nílton Santos.

Guardiola fez exigências de jogadores para assumir meu City. Mourinho fez o mesmo para assumir o United.

Tite teria que fazer exigências semelhantes para pegar a seleção. Mas ninguém pode atendê-lo.

Os jogadores são estes que estavam ali na Copa América. Não adianta esperar, nem de Dunga e nem de Tite e nem de ninguém, que eles joguem como os míticos craques brasileiros dos anos 50, 60 e parte dos 70.

Tite chegaria à seleção debaixo de expectativas enormes — e irrealistas. Logo se transformaria numa decepção, e seria tratado como Dunga é agora pela crítica esportiva.

No Corinthians, ele goza de uma coisa raríssima, única talvez, no futebol brasileiro: estabilidade.

Se ele estivesse na seleção, um desastre como a eliminação precoce do Corinthians na Libertadores provavelmente lhe custaria o cargo.

Ladies & Gentlemen: enquanto o mundo do futebol brasileiro, a começar pelos jornalistas, não aceitarem que não somos mais os gênios do passado comandar a seleção será uma fria.

Tite, se for para a seleção, terá uma curta lua de mel e uma eternidade de sofrimento.

Presumo que ele saiba disso melhor que todos nós.

Sincerely.

Scott

Tradução: Erika Kazumi Nakamura