Na semana passada, Gilberto Kassab, presidente do PSD, que detém a 5a maior bancada da Câmara, com 35 deputados, defendeu uma rigorosa apuração do caso de corrupção envolvendo as negociações para a aquisição da Covaxin.
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Agora, com o escândalo da compra de 400 milhões de doses da AstraZeneca, já fala em depor o genocida.
“Não se pode banalizar o impeachment, é preciso ter cuidado”, diz. “A base governista é grande e não pode ser menosprezada também. Mas quando é inevitável, é inevitável”.
Kassab conhece o caminho das pedras e quando dá uma declaração assim é sinal de que as coisas não vão bem.
Seu partido é da base aliada do governo na Câmara. Ele sabe que é uma questão de sobrevivência. Se a conjuntura não mudar, quais as chances de reeleição de um parlamentar defendendo um governo como o de Bolsonaro?
Zero. Ao lado do capitão restaram apenas os zumbis.
Gente sem qualificação como Marcos Rogério (DEM-RO), Eduardo Girão (Podemos-CE), Jorginho Mello (PL-SC) e Ciro Nogueira (PP-PI), Luis Carlos Heinze (PP-RS), senadores que passam vergonha todos os dias na CPI da Covid.
Na Câmara, a patota do MBL já abandou o barco faz tempo, assim como Joice Hasselmann e Alexandre Frota.
“Vejo uma dificuldade muito grande de Bolsonaro se reeleger”, diz Kassab.
Aí é que mora o perigo. Não é por ideologia, tampouco por espírito público.
O que move essa gente é o senso de sobrevivência.
O que começou com o negacionismo na pandemia culminou com a grossa corrupção.
Nem vamos falar da economia que não reage – e quando reage é para beneficiar os mais ricos.
Bolsonaro está colhendo o que plantou: virou um morto-vivo. Só falta enterrar.