Toffoli investiga ameaças ao STF na “deep web”, quando os monstros estão ao seu lado. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 17 de setembro de 2019 às 19:28
Míriam Leitão e Toffoli tomam um chá com bolacha juntos

O presidente do STF, Dias Toffoli, deu entrevista a Míriam Leitão no programa dela na GloboNews.

A alturas tantas, ele aborda, com ar grave, o famoso inquérito para apurar fake news.

“Nós conseguimos, através desse inquérito, descobrir ameaças extremamente gravíssimas (sic), que não vou entrar em detalhe, na deep web. Ameaças de uma gravidade excepcional a ministros e a cidadãos também”, falou.

O processo foi aberto pelo próprio Toffoli para apurar ataques à “honorabilidade e à segurança” do Supremo.

O relator é o ministro Alexandre de Moraes.

Segundo Toffoli, “os ataques, que eram agressivos, ameaçadores, que extrapolavam liberdade de expressão e iam para a criminalidade, diminuíram excepcionalmente”.

Toffoli repete o Fachin de março de 2018, à mesma emissora, relatando que ele e a família estavam preocupados com a segurança da família.

À época, contou que pediu providências a Cármen Lúcia, que presidia a corte, e à Polícia Federal. Até hoje, nada.

O Supremo é alvo da sanha bolsonarista diuturnamente.

Não precisa cavoucar na deep web.

Basta ir a um protesto a favor (o Brasil tem isso) do governo na Paulista e ouvir um discurso num daqueles carros de som (quem paga?).

Basta uma olhada no perfil de Carluxo no Twitter e no que apregoam seus seguidores.

Há dois dias, a deputada federal Carla Zambelli, do PSL, chamou Gilmar Mendes de “laxante” e agourou: o Supremo iria “conhecer a fúria do povo”.

Isso instiga o quê? O amor da população?

Toffoli, evidentemente, não declina nenhum nome ou dá qualquer pista sobre os monstros que querem destrui-lo.

Até porque Míriam não lhe pergunta. Segue o baile.

Eles não estão na deep web, mas ao lado deles, com a boca arreganhada, cheia de dentes.

O resto é trololó.