O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou a prorrogação por 60 dias do inquérito que investiga um incidente de agressão ao ministro Alexandre de Moraes. A decisão foi tomada em resposta a um pedido feito pela Polícia Federal (PF), que ainda está em processo de análise das imagens relacionadas ao ocorrido no aeroporto de Roma, Itália, no mês de julho.
As imagens das câmeras de segurança do aeroporto chegaram ao Brasil no início de setembro, mais de um mês e meio após o incidente ter ocorrido.
De acordo com um relatório da PF, o empresário Roberto Mantovani Filho é apontado como responsável por uma “aparente agressão física” contra um dos filhos do ministro Moraes. Além disso, tanto a esposa de Mantovani, Andréia Munarão, quanto o genro do casal, Alex Zanatta, estão sob suspeita de calúnia, injúria, desacato e perseguição.
Em seu depoimento à PF, Mantovani Filho negou ter agredido o filho de Moraes. No entanto, ele admitiu ter agido para “afastá-lo” de sua esposa como uma forma de protegê-la de “ofensas pesadas”.
Na decisão anunciada por Toffoli, foi retirado o sigilo do inquérito, com a exceção das imagens das câmeras de segurança. Segundo o magistrado, “não há razão para expor os envolvidos e terceiros presentes nas imagens, devendo-se preservar seus direitos à imagem e à privacidade”.
O inquérito foi instaurado após Moraes apresentar uma denúncia à PF, alegando que estava na área de embarque do aeroporto quando Andréia Munarão se aproximou e começou a proferir xingamentos. Logo em seguida, Roberto Mantovani Filho teria “gritado e empurrado o filho de Alexandre Barci de Moraes, dando um tapa em seus óculos”. A intervenção de outras pessoas presentes foi necessária para conter a confusão.
No mesmo documento, o ministro relatou que a esposa Andréia e Alex Zanatta, genro do casal, voltaram à entrada da sala VIP após o incidente e continuaram proferindo ofensas.
Vale destacar que Moraes não estava acompanhado de escolta policial no momento da abordagem, pois estava retornando de uma palestra na Universidade de Siena, onde participou de um fórum internacional de Direito.