O jornalista Cláudio Júlio Tognolli morreu neste domingo (3), em São Paulo, aos 60 anos. Ele estava internado no hospital Sancta Maggiore, no bairro do Itaim, e faleceu de complicações cardíacas após sofrer um infarto em março de 2022.
Na época, familiares de Tognolli informaram sobre o estado de saúde do comunicador no X (antigo Twitter). Ele ficou em coma após ser submetido a uma cirurgia para colocação de um stent para desobstruir as artérias, mas teve “duas arritmias significativas” e precisou ser intubado.
Tognolli teve passagens por virtualmente todos os jornais e revistas do país. Seus últimos empregos foram na equipe fundadora do Brasil 247, na Jovem Pan e como biógrafo de Lobão.
Gostava de dizer que tocava guitarra, que foi da primeira formação do RPM e que “estudou violão clássico”. Mitômano, notabilizou-se no final da carreira como uma figura folclórica, um personagem de si mesmo, eterno “repórter investigativo”. Num vídeo postado nas redes, ele lamentava não ser um “Keith Richards”.
Cresceu na onda do antipetismo e embarcou com tudo na militância de extrema-direita. Virou fã do então juiz Sergio Moro e virou ativista, subindo em caminhão de som em protesto pró-impeachment na Paulista.
Divulgou na internet o número do celular do desembargador Rogério Favreto depois que ele acatou o pedido de habeas corpus de Lula em 2018. O magistrado virou alvo de intimidações e ameaças.
Mas seu ponto mais baixo foi em janeiro de 2017, quando expôs em suas redes a tomografia de Marisa Letícia, mulher de Lula, então internada no Sírio Libanês por causa de um AVC.
Ele contou ter recebido o material de uma fonte “militante do PT e muito ligada ao partido”. Depois eram “petistas de Santo André”. No vídeo, defendeu que a publicação era de interesse público.
Os médicos que analisaram a tomo, afirmou, “falaram que se continuar nesse quadro, ela não se recupera tão cedo e vai ter dificuldade para voltar a andar. Não estou mentindo nem fazendo juízo de valor”.
De acordo com o Código de Ética Médica, profissionais da área não podem permitir o acesso de terceiros a prontuários.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo abriu sindicância para apurar o vazamento, mas nunca chegou a lugar nenhum, obviamente. Na esteira do vazamento, Marisa Letícia foi linchada. Um médico chamado Richam Faissal Ellakkis disse que ela iria “abraçar o capeta” (Eliakkis processou o DCM por revelar essa história. Perdeu).
Dona Marisa morreu em fevereiro de 2017. Tognolli morre sete anos depois. Seus exames e demais informações sobre sua morte nunca foram divulgados.
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