No segundo turno das eleições em São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) focará em propostas direcionadas aos trabalhadores precarizados das áreas periféricas, como motoristas e entregadores de aplicativos, além de pequenos e médios empresários, conforme informações da Folha de S.Paulo.
A campanha identificou que esse eleitorado foi atraído pelo empresário Pablo Marçal (PRTB), principalmente pela sua narrativa de empreendedorismo individual e a promessa de prosperidade para todos.
Além da análise de votos, aliados de Boulos notaram, durante as carreatas, a presença de diversos apoiadores de Marçal, muitos usando bonés com a letra “M” e fazendo gestos de apoio ao ex-coach, indicando uma simpatia forte por esse perfil.
Entre as propostas que Boulos planeja para esse público estão a criação de centros de apoio para entregadores, que seriam financiados pelas empresas de aplicativos, a implementação de uma agência municipal de crédito e a isenção do rodízio de veículos para motoristas de aplicativos.
Os aliados de Boulos também sugerem que ele adote uma postura mais enérgica e assertiva no segundo turno. A percepção é que Marçal atraiu esse eleitorado com seu estilo combativo, misturando indignação com o “sistema,” uma atitude agressiva contra adversários e firmeza ao apresentar propostas, mesmo que muitas vezes sejam questionáveis.
Boulos não pretende copiar o estilo de Marçal, mas sim ajustar sua abordagem de comunicação para alcançar esses grupos. Contudo, ele tem um limite claro, já que não quer comprometer a imagem mais moderada que vem construindo desde a pré-campanha, tentando se afastar da percepção de radicalismo.
Como parte dessa estratégia, Boulos adotou um visual mais formal, vestindo terno e gravata, além de ajustar seu tom de fala, tornando-o mais pausado e controlado. Ele também recuou de temas polêmicos, como o aborto e a Venezuela, para evitar afastar eleitores mais moderados.