O ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, disse ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que ‘nem lembrava’ da minuta golpista encontrada em sua residência pela Polícia Federal (PF).
O documento foi encontrado sob um porta-retrato de Torres ao lado da esposa. Segundo o ex-ministro, o local onde estava a minuta golpista ‘não teve a menor importância’.
“É tudo uma loucura o que está escrito nessa pseudominuta”, disse.
Anderson Torres ainda disse à Corte Eleitoral que não via ‘nenhuma consequência’ das condutas de Bolsonaro à Constituição ou ao processo eleitoral. “O presidente sempre foi muito claro em relação às dúvidas que ele tinha”, afirmou.
As declarações de Torres constam de depoimento prestado por ele no bojo da ação de investigação judicial eleitoral que deixou o ex-presidente inelegível até 2030. Parte das oitivas realizadas no bojo da apuração foram mantidas em sigilo até o desfecho do processo, que ocorreu na semana passada.
Bolsonaro foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ao atacar, sem provas, o sistema eleitoral brasileiro durante uma reunião com embaixadores, em julho do ano passado, no Palácio da Alvorada.